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Nacional
Sábado - 10 de Junho de 2006 às 10:18

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Pouco menos de um mês depois de uma onda de motins atingir 82 unidades prisionais do Estado de São Paulo, os detentos ligados à facção PCC voltam a dar uma demonstração de força.

Em uma espécie de "rebelião branca", eles se recusam, nesta semana, a sair das unidades para se apresentar em audiências judiciais nos fóruns.

Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, as ações ocorrem em diversas unidades do Estado, mas não há registro de ocorrências de indisciplina, como tumultos ou rebeliões.

Não há confirmação sobre o número de penitenciárias onde ocorre o movimento.

O protesto começou na manhã da última quarta (7), véspera da data marcada para o depoimento do líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, aos deputados da CPI do Tráfico de Armas.

Ele foi ouvido anteontem, na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

De acordo com levantamento do Tribunal de Justiça, das 1.041 requisições para transporte de presos para audiências, 476 não foram cumpridas entre segunda e quinta-feira.

O movimento organizado dos presos foi reconhecido pela SAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).

Em nota, a secretaria informou que presos "se recusaram a sair para apresentações judiciais", e que "os motivos da não-apresentação serão cobrados pelos juízes competentes".

Um promotor público disse à reportagem, sob a condição de anonimato, que na segunda-feira um julgamento por júri popular foi cancelado em Taubaté (130 km de São Paulo) porque o acusado, que está preso, se recusou a ir ao fórum.

Segundo esse promotor, o detento foi ouvido e contou que recebeu do PCC a ordem para não sair do presídio. Ainda não se sabe qual é o objetivo da facção com o "protesto pacífico".

Marcola

Marcola foi ouvido por oito parlamentares que integram a CPI, por aproximadamente quatro horas.

Ele ficou irritado com a presença da imprensa.

De acordo com o relator da CPI, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), o depoimento de Marcola ajudou a confirmar a tese de que a principal rota para entrada de armas no Brasil é pela fronteira com o Paraguai.

Durante o depoimento, Marcola recusou-se a responder algumas perguntas, sob pena de "ameaçar sua integridade".

Depoimento de Marcola foi proveitoso

O relator da CPI do Tráfico de Armas, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), disse que o depoimento do líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, comprovou que a facção criminosa controla presídios de São Paulo.

Marcola foi ouvido na quinta-feira (8), por oito integrantes da CPI, na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), onde está preso. Ele demonstrou irritação com a presença de fotógrafos. Foi contraditório e chegou a ser irônico com os deputados.

Para Pimenta, em seu depoimento, o líder da facção mostrou como o PCC (Primeiro Comando da Capital) assumiu o controle das unidades prisionais e "montou um arsenal capaz de fazer frente ao das forças policiais", de acordo com a Agência Câmara.

O depoimento também teria ajudado a confirmar que a principal rota para entrada de armas no Brasil é pela fronteira com o Paraguai.

Depoimento - Em suas declarações, Marcola não citou o nome da facção criminosa PCC e negou envolvimento com a onda de violência que atingiu São Paulo entre os dias 12 e 19 de maio --o maior ataque contra as forças de segurança já ocorrido no Estado. (Folhapress, em SP)





Fonte: Folha do Estado

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