Proposta da Fifa de Nacionais com 18 clubes irrita dirigentes brasileiros
A medida foi vista como autoritária e falha por desrespeitar as diferenças culturais e regionais entre os diversos países.
"Não concordo com esta medida. Como você vai igualar países de diferentes populações e número de clubes? Tudo é diferente. Aqui no Brasil, por exemplo, temos um número muito maior de equipes. O ideal seria o número de 22 times no Brasil", disse Fábio Koff, presidente do Clube dos 13.
A opinião de Koff é endossada pelos dirigentes de alguns dos principais clubes brasileiros. "Isso não pode ser uma determinação universal, pois não podemos ter a nossa cultura invadida. Os lugares são diferentes. Acho que 20 clubes seria um número interessante", disse Marco Aurélio Cunha, superintendente do São Paulo.
"Sou contra essa medida. Não sei se há uma possibilidade de reversão, mas o Brasil tem muito mais clubes do que os países da Europa, por exemplo. O ideal aqui seriam 20 clubes", disse o vice-presidente do Palmeiras José Cyrillo Júnior. O atual formato de disputa do Campeonato Brasileiro tem 20 clubes, sendo que os quatro últimos colocados são rebaixados.
O prejuízo também é uma preocupação dos dirigentes. "Já houve uma diminuição para 20, e teve muita discordância. Diminuir mais ainda será prejudicial aos clubes. Quem ganha com isso é a Fifa. Os clubes só tomam prejuízos", disse Arthur Dallegrave, 1º vice-presidente do Internacional.
Dos principais Campeonatos Nacionais da Europa, apenas o da Alemanha já conta com 18 clubes. Espanha, França, Inglaterra e Itália têm seus campeonatos atuais com 20 equipes.
A idéia da Fifa tem como objetivo diminuir o número de datas destinadas aos clubes para que as seleções nacionais possam jogar ainda mais. O G14, entidade que reúne os 18 principais clubes europeus, fará grande resistência à idéia, já que estão insatisfeitos com a constante cessão de jogadores para as seleções.
O Clube dos 13 prevê uma "guerra" conjunta para reverter a idéia. "Estivemos presentes em uma reunião do G-14, e há o interesse de que nossas idéias sejam tratadas em conjunto. Haverá novas conversas com eles sobre este novo tema", disse Fábio Koff.
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