Sobrinho de Edemar tem US$ 1 mi lá fora
Um dos documentos apreendidos mostra que Souza e Silva tinha US$ 1.117.930 (R$ 2,64 milhões) no banco suíço UBS em 14 de fevereiro deste ano. Em 2 de agosto de 2004, quase três meses antes de o banco de Edemar quebrar, extrato da mesma conta registrava US$ 520.089 de saldo.
Em depoimento à Justiça federal, no ano passado, o sobrinho de Edemar disse que não tinha conta no exterior nem cartão de crédito internacional.
Delegados da PF e procuradores do Ministério Público Federal trabalham com a hipótese de que a conta de Souza e Silva tenha recebido recursos desviados do Banco Santos. O aumento do saldo neste ano seria um indício de que o sobrinho continuava a movimentar recursos no exterior numa época em que o tio dizia-se quebrado. O ex-banqueiro disse em depoimento à Justiça que vivia com R$ 200 mil por mês --R$ 100 mil seriam amealhados com aluguel e a outra metade ele disse receber de amigos.
A conta no UBS suíço pode ser o fio da meada de outras contas que o banqueiro teria no exterior. A Suíça só fornece informações sobre essas contas após a condenação do réu.
Além das informações sobre a conta na Suíça, a polícia encontrou na casa do sobrinho de Edemar chaves de dois cofres em agências do banco Itaú, os quais guardavam US$ 400 mil.
A suspeita da PF é que esse dinheiro, equivalente a R$ 895 mil, era usado por Souza e Silva para pagar os gastos de Edemar e do círculo familiar do ex-banqueiro. Edemar vive numa casa no Morumbi, em São Paulo, com cerca de 8.000 m2.
Mais poder que o filho
A PF nunca engoliu a versão de que ele viveria em parte com a ajuda de amigos após a intervenção no banco, decretada pela BC em novembro de 2004. Em setembro de 2005, a Justiça decretou a falência do banco. O rombo foi de R$ 2,2 bilhões.
Souza e Silva era o executivo mais próximo de Edemar, segundo ex-diretores do Banco Santos. Tinha mais poderes na instituição do que o filho do banqueiro, Rodrigo Cid Ferreira. O sobrinho foi preso na última segunda-feira em conseqüência de investigação da PF sobre doleiros batizada de Operação Violeta. Outras 12 pessoas, acusadas de serem doleiros, foram presas.
Edemar, preso desde 26 de maio, e o sobrinho são réus numa ação penal com outros 18 executivos do banco. São acusados de gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Comentários