Cientistas criam técnica para desenvolver galinha transgênica

Uma empresa de biotecnologia dos Estados Unidos disse na quarta-feira ter desenvolvido uma nova técnica para gerar galinhas geneticamente modificadas que poderiam ser usadas para produzir tratamentos para doenças humanas. A tecnologia, desenvolvida por cientistas na companhia privada californiana Origen Therapeutics e por pesquisadores da Universidade da Califórnia, pode também levar a progressos na produção avícola e à criação de galinhas resistentes à gripe aviária.

A Origen é um dos muitos grupos de biotecnologia que vem pesquisando novas maneiras de produzir anticorpos humanos e proteínas em ovos, leite e produtos agrícolas.

"Nós agora temos uma tecnologia para modificar galinhas geneticamente com muita precisão", disse Robert Kay, presidente da companhia, em uma entrevista.

Ele afirmou que a tecnologia permitirá a cientistas alterar o genoma da galinha de maneira que elas possam produzir ovos em grande quantidade e desenvolver novos tratamentos.

A tecnologia é baseada na engenharia genética de células germinativas, as células precursoras do esperma e dos ovos, nas galinhas.

Marie-Cecile van de Lavoir, cientista sênior da Origen, disse que as células são a chave para introduzir elementos genéticos nas galinhas e para passá-los às futuras gerações.

A companhia espera usar a tecnologia, descrita na revista Nature com o objetivo de produzir terapias com base em anticorpos para alguns males e para superar o problema de resistência a medicamentos em certas doenças.