Mercado de luxo movimenta US$ 60 bilhões
“Esta auto-estima não é narcisismo. Você é belo se assim se sentir, e por isso tem de investir em si mesmo para satisfazer o seu próprio ego e despertar a admiração nas pessoas que o vêem com um objeto de luxo ou trajando uma roupa de grife”, afirma a empresária Jamille Grunwald, proprietária da Princess Jóias, com loja em Cuiabá, Campo Grande e São Paulo.
Segundo ela, o cuiabano, assim como os brasileiros de uma forma geral, dá muito valor às marcas. “Ele adora saber que tem algo que nem todos podem adquirir, pois o luxo se caracteriza por produtos especiais e exclusivos”, sublinha Jamille.
Para ela, existe uma desmistificação do luxo e uma generalização dos anseios de consumo que pode ser traduzida em novos consumidores, cada vez mais ávidos por produtos de marca.
“Afinal, por que comprar uma calça com a grife Diesel, que pode custar até R$ 1,5 mil e deixar de lado uma Fórum, que custa bem menos (em torno de R$ 200)? Ou, ainda: o que leva uma pessoa a pagar até R$ 50 mil por uma bolsa Louis Vuitton, quando ela pode optar por uma marca bem mais em conta e não tão inferior em termos de qualidade e beleza?”, questiona.
“Certamente, o poder do desejo está no comportamento das pessoas e, quando isso se manifesta, o anseio pela satisfação em possuir uma jóia ou uma roupa de grife acaba falando mais alto. Na verdade, a sensação que se tem é de que se não for caro não dá prazer, não desperta o sonho, não passa segurança”, acentua Jamille.
Para a consultora Carol Garcia, o luxo tem a função mágica de remeter o consumidor ao mundo da fantasia. “É o caso da consumidora que não pode comprar o vestido, mas compra o perfume da grife. Essa fantasia é que leva o consumidor a comprar produtos, que se fossem feitos dentro de uma escolha racional, a pessoa veria que não tem condições. E é aí que reside a expansão do luxo”.(MM)
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