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Polícia Brasil
Quinta - 08 de Junho de 2006 às 15:38

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A Polícia Federal e a Polícia Legislativa devem entregar nesta quinta-feira à Justiça Federal e ao Ministério Público o inquérito sobre a invasão e depredação da Câmara dos Deputados, em Brasília, por integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra).

Os dados sobre o caso foram passados ontem pela Polícia Legislativa à PF, que passou a conduzir o inquérito.

A Polícia Federal deve pedir que 560 integrantes do movimento, que participaram da ação e foram presos pela Polícia Legislativa, sejam liberados. Eles teriam participado indiretamente da invasão da Câmara.

Os 12 líderes do movimento e os autores da depredação devem permanecer presos --42 no total.

Armados de paus, pedras e blocos de cimento, eles destruíram na terça-feira portas, paredes de vidro, equipamentos de informática, um busto de bronze do ex-governador Mário Covas, entre outras peças da Casa. Um veículo, que estava no saguão da Câmara e seria sorteado na festa junina dos funcionários da Casa, também foi destruído.

Além dos 602 integrantes do MLST presos após a ação, outros 44 menores participaram da invasão. Os maiores detidos foram levados para o complexo penitenciário da Papuda.

A Câmara contabilizou 41 --26 ferimentos e 15 curativos-- atendimentos médicos em seu ambulatório. Um dos feridos foi internado com traumatismo craniano.

Fita de vídeo

Uma fita de vídeo apreendida pela polícia mostra que o MLST planejou com antecedência a invasão da Câmara. Para a polícia, os líderes do movimento utilizaram táticas de guerrilha para instruir os sem-terra a invadir o prédio.

O comandante do Policiamento Regional do Distrito Federal, coronel Antônio Serra, disse que seis líderes do movimento aparecem na gravação dando orientações sobre a ação. "Foi uma ação premeditada", disse. v A fita --em formato mini-DV, com uma hora e 20 minutos de duração-- foi apreendida com os próprios manifestantes após a depredação da Casa. Eles registraram, entre outras cenas, a reunião em que foi planejada a ação.

Um dos líderes, identificado como Antonio José Arruti Baqueiro, orienta cerca de 60 pessoas reunidas no auditório da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), em Brasília.

"Nós somos uma turma organizada, que sabe o que quer, tem coragem e vai lá dar o recado", diz Baqueiro na gravação. "Vamos dizer para o Brasil que tipo de reforma agrária a gente quer. Vamos dizer o que esta corja do PFL e PSDB está fazendo com o Congresso quando deixou de votar o Orçamento e só foi aprovado em maio."

O líder diz que esta estratégia da oposição seria para desestabilizar o governo. "E o Lula continua aí, tranqüilo, com 63%... O Lula vai que nem cavalo de sete de setembro, cagando e andando e os outros olhando."

Na reunião, a invasão da Câmara é tratada como "a festa" e o Salão Verde como "salão de festas".

A fita mostra ainda que o primeiro ônibus com integrantes do movimento chegou a Brasília no sábado. Na segunda-feira, eles visitaram a Câmara, em grupos de cinco pessoas, disfarçados de turistas, para fazer o reconhecimento do local, imagens que também foram gravadas.





Fonte: O Documento

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