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Economia
Quinta - 08 de Junho de 2006 às 10:42

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O ex-presidente do Fed (BC dos EUA), Alan Greenspan, puxou nova rodada de previsões pessimistas quanto ao futuro da economia americana. Na manhã de ontem, em sua primeira audiência no Congresso em Washington fora do posto que ocupou por 18 anos, disse que a alta do petróleo começa a afetar a economia do país, e que os consumidores serão os mais prejudicados.

"Os EUA foram capazes de absorver o grande imposto implícito da alta dos preços do petróleo até agora", disse ele. "Mas dados recentes indicam que podemos finalmente estar sofrendo algum impacto." O depoimento ocorreu dois dias depois de seu sucessor, Ben Bernanke, ter expressado preocupação com a inflação em discurso que derrubou bolsas e moedas no mundo inteiro.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) bateu em 3,5% nos últimos 12 meses nos EUA, ante 1,9% no mesmo período em 2003. A taxa de juros básicos da economia está em 5%, depois de 16 altas consecutivas de 0,25%, iniciadas em agosto de 2004. O Fed se reúne de novo nos dias 28 e 29 deste mês, e uma nova alta é dada como certa.

"A economia americana tem sido capaz de absorver o alto impacto dos preços crescentes do petróleo com poucas conseqüências até o momento porque se tornou mais flexível nas últimas três décadas", disse Greenspan. "As empresas aumentaram a produtividade de seus trabalhadores para manter seus lucros, mas os consumidores não puderam compensar a alta".

Greenspan, que abriu uma empresa de consultoria e prepara-se para escrever sua biografia com o auxílio de um jornalista, destacou ainda o viabilidade do álcool como um potencial substituto da gasolina. O "Maestro", como ficou conhecido, falava do combustível derivado da cana-de-açúcar, que tem no Brasil um dos principais produtores, e não do derivado de milho, feito pelos fazendeiros dos EUA.

A avaliação em relação à inflação de Greenspan encontrou eco no presidente do Fed de Atlanta, Jack Guynn, segundo o qual o BC americano não permitirá que o índice saia do controle. "Temos de acompanhar com muito cuidado e não baixar a guarda", disse. Sua opinião ganha peso porque ele é um dos membros votantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), que decide com Bernanke o aumento dos juros.

"Não vou pessoalmente correr o risco de que parte do aumento nos preços seja transitória e sumirá a curto prazo", disse Guynn "É mais difícil colocar o gênio de volta na garrafa [no sentido de reverter a tendência] se permitirmos que a inflação saia do nosso controle."

Já o Fed da Filadélfia divulgou resultado de estudo em que a previsão de inflação dos EUA para 2006 subiu para 3,3%, ante previsão anterior de 2,9%. O Livingston Survey é feito duas vezes por ano e ouve 44 economistas do mercado financeiro, de universidades e de grandes empresas.

Já o FMI publicou relatório sobre a economia americana na qual afirma que o país continua sendo a principal força de crescimento global, apesar da alta do petróleo, dos danos causados pela temporada de furacões de 2005 e da crescente alta de juros, mas demonstra preocupação com o déficit comercial e com a pressão inflacionária.

"Apesar de a previsão ser positiva, o desafio será manter o curso entre uma possível diminuição de atividade causada pelo desaquecimento do mercado imobiliário e as prováveis pressões inflacionárias causadas pelo baixo índice de desemprego e a alta do petróleo", conclui o texto.





Fonte: Olhar Direto

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