Julgamento do caso Flávia é adiado mais uma vez

A exemplo do que aconteceu esta semana durante o julgamento de Suzane Von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, os advogados da defesa dos réus no "caso Flávia", em Tangará da Serra, abandonaram ontem o tribunal do júri. "É lamentável e um desrespeito à sociedade, à família da vítima e dos réus, que compareceram ao plenário", lamenta o promotor de Justiça Vinícius Gahyva Martins. O próximo julgamento está marcado para o próximo dia 28.

Esta é a segunda vez que o julgamento de Alessandro Alves Viana, José Henrique Alves Viana e Ademir Domingos Martins, é adiado. Eles são acusados de terem estuprado e assassinado a estudante Flávia de Oliveira da Silva, 19 anos, em outubro de 2003. O promotor explica que os advogados Valter Caetano Locatelli, Jorge Luis de Siqueira Farias, Elizabeth Garcia Ransay e Áurea Leila Figueiredo Fontana abandonaram o plenário após terem vários pedidos de suspensão do julgamento indeferidos. No dia 08 de março ocorreu o primeiro adiamento do júri, quando os advogados pediram a suspensão do julgamento, alegando que seria melhor realizá-lo fora de Tangará da Serra porque a imparcialidade dos jurados estaria comprometida pela divulgação do julgamento e de outra ação penal em que os réus são acusados de mais crimes, entre eles estupro e atentado violento ao pudor.

"Na ocasião, a defesa conseguiu a suspensão da audiência. Ficou definido então a data de hoje (ontem), em que novamente lançou mão de uma série de pedidos de redesignação que foram indeferidos em público. Desta forma, firmes no propósito de frustrar o julgamento, retiraram-se do plenário. Por determinação da juíza presidente do Tribunal do Júri de Tangará da Serra, o impasse será levado a conhecimento da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso e do Conselho Federal, a fim de que sejam tomadas providências quanto à postura dos defensores", relata o promotor.