Parreira evita coletivos e prefere tático
Pior ainda: Parreira montou um longo treino de posicionamento onde o ataque titular, mais os laterais Cafu e Roberto Carlos, ficava trocando passes sem a presença de adversários. Era como se fosse um ensaio de marcação de teatro onde os atores recebiam instruções do técnico sobre onde se posicionar e para onde mandar a bola, informa a Agência Reuters.
Veteranos da imprensa em Copas do Mundo lembram com certa saudade que Luis Felipe Scolari fazia entre dois e três coletivos por semana. Telê Santana fazia quase um coletivo por dia e Zagallo dia sim, dia não durante a preparação para a Copa de 1998.
Parreira até agora fez um coletivo - um jogo de luxo contra os garotos do Fluminense - e dois jogos amistosos, contra a seleção de Lucerna e contra a Nova Zelândia. Desde o começo da preparação em Weggis, na Suíça, ele tinha avisado sobre a escassez de coletivos dizendo que esse time se conhece há tempos e que não precisava desse tipo de trabalho.
No ensaio de posicionamento, em um campo vazio de adversários, Parreira deixou claro os caminhos que a bola deve fazer para entrar no gol. O passe da defesa para o ataque vem dos pés de Émerson para Zé Roberto no centro de campo.
De lá ele pode tocar para Kaká na direita ou Ronaldinho Gaúcho na esquerda. Depois o plano é lançar um dos laterais em velocidade como se fosse um ponta. O outro fica.
Da linha de fundo os laterais cruzam, algumas vezes pelo alto, outras por baixo, para Adriano ou Ronaldo. Os dois centroavantes tentam trocar de posição antes de receber o cruzamento para confundir a defesa e, se não conseguem acertar o gol, Kaká e Ronaldinho, que chegam de trás, devem completar a tarefa.
No campo vazio o esquema de Parreira funcionou muito bem no treino de quarta. Falta agora saber como fica a estratégia com jogadores adversários. Ou como se dizia antigamente, falta só combinar tudo com os croatas, os adversários da estréia no dia 13 de junho.
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