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Cidades/Geral
Quinta - 08 de Junho de 2006 às 06:58
Por: Alecy Alves

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O gerente de Compras e Controle de Estoque da Farmácia de Alto Custo da Secretaria Estadual de Saúde, Marcian José de Campos, preso na terça-feira durante a Operação Alto Custo, confessou o furto de medicamentos da farmácia estadual de alto custo. Ele confirmou a existência de um esquema que previa o recebimento de comissões por ele e outros dois servidores, e citou nomes de pelo menos outros três envolvidos.

O interrogatório de Marcian, presidido pela delegada Alana Cardoso, da Delegacia de Polícia Fazendária, aconteceu ontem e durou quase três horas. De acordo com a Alana, Marcian confessou que furtou sete caixas do medicamento Hepsera, indicado para o tratamento de hepatite, que custa R$ 750 cada. E ainda 10 caixas de Advantage (tiras usadas na medição no nível de glicemia, vendidas nas farmácias por R$ 80 cada caixa com 50 unidades).

Alana Cardoso disse que a confissão de Marcian aconteceu depois que ele teve acesso aos diálogos telefônicos gravados pela Polícia Civil com ordem judicial. Nas conversas, ele, o superintendente de Abastecimento de Insumos da Secretaria, Nelino Manoel de Toledo, e o diretor de Licitações Rubens Mauro Ribeiro discutiam sobre o percentual a ser cobrado a título de comissão da empresa Discom, uma das principais fornecedoras de medicamentos à Secretaria.

“Na medida em que fazíamos a leitura dos diálogos, ele (Marcian) ia revivendo as conversas e confirmando as informações”, observou Alana Cardoso. Entretanto, segundo a delegada, o gerente de Compras se limitou ao conteúdo das gravações e ainda disse que não conseguiu vender os medicamentos e que, por isso, acabou devolvendo-os ao estoque da Farmácia de Alto Custo.

Sobre as comissões supostamente acertadas com o diretor da Discom, Rafael de Carvalho Fraga, disse que não chegou a receber qualquer valor.

Sem revelar nomes à imprensa, Alana Cardoso assegurou que Marcian citou pelo menos mais três envolvidos no esquema de furto, revenda e cobrança propina do fornecedor de medicamentos de alto custo. “Os nomes são os que já suspeitávamos, mas ainda não posso divulgá-los”, afirmou a delegada.

Hoje pela manhã, Alana interrogará Nelino Manoel de Toledo. Em seguida, sem confirmar se hoje, ouvirá Rubens Mauro Ribeiro e por último o diretor da Discom, Rafael Fraga. Os quatro indiciados pela Operação Alto Custo estão presos na Polinter – anexo da Penitenciária do Pascoal Tamos. O advogado de Marcian, Telmo Borba, disse que só vai se posicionar hoje sobre o caso.





Fonte: Diário de Cuiabá

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