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Quinta - 08 de Junho de 2006 às 04:20
Por: Carlos Martins

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Capital Nacional do algodão, capital estadual do frango, maior produtor de ovos do Centro-Oeste, excelência no cultivo de grãos. Estes são alguns dos títulos que ostenta Campo Verde, município localizado no Sul de Mato Grosso, a 130 km de Cuiabá. Agora, a cidade, que também faz parte do roteiro do ecoturismo e do turismo de aventura, quer aproveitar a pujança do agronegócio para oferecer o primeiro destino brasileiro preparado para o Turismo Tecnológico. O roteiro foi apresentado no 2° Salão Nacional do Turismo, que terminou terça-feira (06.06), em São Paulo.

“Queremos harmonizar o turismo tecnológico com o turismo de aventura. Ao visitar uma fazenda, o turista vai saber por que a soja mato-grossense atingiu um estado de excelência, que a faz ser aceita em mercados exigentes, como a China”, disse Tatiana Fernandes, coordenadora de Turismo da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo, que participou do Salão ao lado do secretário Edmilson Otake.

Já está previsto no roteiro, a partir de agosto, a participação de pelo menos oito grandes empresas da região, das quais duas são fazendas produtoras de soja e algodão. Turistas interessados em conhecer como funciona o agronegócio poderão fazer visitas técnicas também em algodoeiras, indústria de água mineral, suinocultura, granjas e sementeiras (produtoras de sementes). Empresários e estudantes do mundo inteiro são os clientes em potencial. Os pacotes serão vendidos pela Secullos Adventure, uma agência de turismo local.

O atrativo mostrado em São Paulo, dentro do Roteiro de Negócios e Aventura, foi um dos oito apresentados no Salão do Turismo (dos quais três participaram da Rodada de Negócios) e, assim como os demais, foi divulgado em material informativo produzido pela Secretaria de Desenvolvimento do Turismo (Sedtur). Além de Campo Verde, outros municípios que se destacam no agronegócio poderão estar no roteiro, tais como Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande, Sinop e Água Boa. “Outros municípios poderão ser incluídos no roteiro. Estamos trabalhando para organizar e consolidar este produto”, explicou a secretária Yêda Assis, que liderou em São Paulo a caravana mato-grossense participando do salão. A intenção, para o Salão do Turismo do ano que vem, é que o roteiro seja vendido para operadores nacionais na Rodada de Negócios.

Para o secretário de Comércio e Indústria de Campo Verde, Edmilson Otake, o roteiro voltado para o conhecimento do agronegócio irá gerar emprego e renda no município. “A idéia é que os visitantes se hospedem na rede hoteleira da cidade que dispõe de 400 leitos”, explicou. Segundo ele, já está programado para outubro, logo após as eleições, a realização de um evento na cidade para mostrar para operadores de todo o Brasil como funciona o turismo tecnológico. “Serão chamados também investidores para que conheçam o potencial turístico”, disse Otake, que recebeu todo o apoio do prefeito Dimorvan Alencar Brescancim para elaborar o projeto.

Os pacotes a serem vendidos poderão conciliar as visitas técnicas com o turismo rural e turismo de aventura. Condutores e guias estão preparados no município para atender os turistas. Entre as atrações estão visitas a cavernas (turismo espeleológico), cavalgadas, trilhas, descida de bóia, a prática de rapel num mirante com 900 metros de altitude, turismo educacional (respeito ao meio ambiente). Outra atração, dentro da rota Águas Termais e Turismo de Aventura do Vale do São Lourenço, é uma visita ao assentamento rural 14 de agosto onde é desenvolvido o Projeto Trilhas do Alimento. Na área, os guias dos turistas são filhos dos assentados (cerca de 80 famílias).

Fazenda-modelo

Um das fazendas que o turista poderá visitar em Campo Verde é a Marabá, de propriedade do empresário José Pupin, ex-presidente da Associação Mato-grossense do Algodão (Ampa) e atual presidente do Instituto Algodão Social (IAS). A ONG, criada pela Ampa em setembro do ano passado, tem a função de fiscalizar e orientar produtores a cumprirem a legislação trabalhista.

A fazenda, localizada na MT-140 (estrada para Nova Brasilândia), tem 20 mil hectares e periodicamente recebe missões de produtores de vários países interessados em conhecer a apurada tecnologia que responde pelo sucesso da produtividade da soja e algodão. A fazenda, considerada modelo, investe também na produção de milho, girassol e pecuária.

Em contato freqüente com a secretaria de Indústria, Comércio de Turismo de Campo Verde, Pupin já havia discutido que o turismo voltado para o agronegócio seria o “pulo do gato”. “Queremos mostrar a tecnologia de Mato Grosso que nos permite sobreviver num mercado muito disputado”, disse Pupin, que em suas viagens pelo país e exterior tem testemunhado o interesse que desperta o gerenciamento do agronegócio de Mato Grosso.

Pupin já vem preparando a fazenda para que ofereça, também, comodidades aos visitantes. Como os funcionários desejam morar na cidade (ônibus serão colocados à disposição para o transporte até a fazenda), os alojamentos serão reformados e adaptados para hospedarem os turistas que desejarem passar à noite na propriedade.

Entre as atrações, o turista que visitar a Fazenda Marabá poderá ver de perto como é feito o beneficiamento do algodão, milho, assistir a shows business, visitar uma caverna, percorrer trilhas na floresta observando os cuidados com o meio ambiente, assistir a ordenha, visitar o pomar onde colherá os frutos da estação e até mesmo visitar uma hidrelétrica que fornece energia para a propriedade. “Temos que fazer diferente dos demais. Sinto que seremos a referência nesse novo processo”, aposta o empresário.





Fonte: Redação/Secom-MT

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