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Cidades/Geral
Quarta - 07 de Junho de 2006 às 09:48
Por: Luiz Poção

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O contribuinte brasileiro é o mais penalizado do mundo. Arca com a maior carga tributária do planeta sem ter o seu devido retorno em serviços. E não reclama.

Suporta as agruras de um governo caótico, irresponsável e dissimulado que esqueceu, rápida e despudoradamente, das promessas de campanha. É obrigado a conviver com a impunidade políticos, empresários e funcionários corruptos e toda sorte de malfeitores que permeiam o poder público, infelicitando a vida dos brasileiros e envergonhando a nação. Para completar este cenário de país africano sub-saariano, a população se vê agora as voltas com revoltas em presídios, ataques à policiais, aumentos de tarifas nos serviços públicos, roubo de ambulâncias, esquadrões da morte, crime organizado e, ainda por cima, uma infinidade de paralisações que tem privado o coitado do contribuinte até do prosaico direito constitucional de ir e vir.

As greves e reivindicações são direitos inalienáveis de defesa dos trabalhadores. Porém, a sociedade está cansada de sofrer com as nefastas conseqüências desses movimentos cíclicos sem que seja, de alguma forma, ressarcida nas constantes perdas dos seus direitos. Quando há benefícios é para poucos, já o infortúnio fica rateado para a maioria.

O MST interdita rodovias, invade propriedades privadas, saqueia, incendeia maquinas agrícolas, causa transtornos e prejuízos por um problema que só diz respeito ao MST e ao governo. Os abonados produtores rurais, também aderiram à moda e trancam rodovias, ferrovias, portos tudo porque o cambio flutuante não lhes é favorável no momento e não souberam gerenciar seus negócios em épocas de vacas gordas. Os que são muito bem pagos, técnicos e auditores da Receita Federal, paralisaram suas atividades.

O contribuinte se ferra mais vez ao ficar privado de um atendimento crucial para gerir seus negócios. As escolas públicas federais (universidades e assemelhadas) param, sempre por melhores salários, e os alunos são penalizados da maneira mais cruel, ou seja, atrasam as suas tão sonhadas formaturas. O INSS mais uma vez está parado. Aí, é a vez dos necessitados previdenciários comerem o pão que o diabo do Instituto lhes amassa diariamente. Os empresários que "exploram", literalmente, o transporte coletivo, não se entendem com os seus "explorados" trabalhadores do setor, quanto a salário, horas trabalhadas, pagamentos de adicionais e etc.

Os serviços são interrompidos infernizando a vida do pobre e "explorado" usuário que precisa desse precário e caro meio de transporte para ir trabalhar. Os bancos, por sua vez, não cumprem a lei que disciplina o tempo de espera nas famigeradas filas, mandam seus clientes para as longas, perigosas e inadequadas filas das lotéricas que não estão adaptadas para prestação desses serviços. Novamente o contribuinte é penalizado e as autoridades, olimpicamente, se esquivam do problema.

Caro amigo leitor, sei que você deve estar intrigado se perguntando. Afinal, o vereador está fugindo da sua responsabilidade constitucional de representante e defensor da comunidade no parlamento municipal? Não! Aqui me coloco na condição de contribuinte que, indignado, não consegue mais conviver com a anarquia que se instalou na vida pública brasileira. E ver, diariamente, nossos direitos vilipendiados sem que nenhuma medida seja tomada em nosso favor. Tramita na Câmara de Cuiabá um projeto de lei de minha autoria legislando no sentido de que o usuário do transporte coletivo seja ressarcido dos prejuízos que eventualmente possa ter, proveniente de paralisação do sistema. Prevê o projeto: caso as empresas não consigam cumprir o mínimo necessário exigido pelo Edital, elas serão passíveis de multa no valor de 50 mil UFIRs/dia, além de ter que trabalhar o dobro dos dias parados com tarifa zero.

É o mínimo a ser feito para compensar tamanha irresponsabilidade e injustiça com a maioria dos trabalhadores deste país.

* LUIZ POÇÃO é vereador por Cuiabá, Mato Grosso





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