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Cidades/Geral
Quarta - 07 de Junho de 2006 às 09:47
Por: Sandra Carvalho

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Neste mês de junho a Operação Currupira completou um ano com o seguinte saldo: dos 225 denunciados e um recorde de 129 mandados de prisão, nenhum se encontra preso enquanto 20 mil trabalhadores foram para a rua e continuam desempregados.

Para o ex-deputado federal Bento Porto, se a Justiça os liberou é porque a atitude foi desastrada e o maior criminoso ambiental, no fritar dos ovos, foi o próprio Governo Federal, através do Ibama, pela falta de estrutura para acompanhar os mais de 40 mil proprietários na Amazônia mato-grossense que adentraram à região, incentivados por órgãos como a Sudam, o Incra, o estado, por meio de inúmeros projetos de colonização a partir da década de 60.

A sobrevivência destes pioneiros e não criminosos ambientais, analisa Bento Porto, dependeria do desmate para plantar ou da venda da madeira, ressaltando que tanto o desmate como a retirada da madeira dependia de autorização e de planos de manejo aprovados pelo Ibama conforme a legislação.

“E como o Ibama ficou de calça curto ao longo desses anos a cadeia produtiva da madeira, muito forte economicamente, acabou criando mecanismos ilegais paralelos através das ATPFs falsas para dar sustentação ao fluxo de produção de mais de 3 mil indústrias madeireiras que fazem parte relevante da sobrevivência econômica e financeira de cerca de 40 municípios no nortão de Mato Grosso”, destaca o ex-deputado.

Para Bento Porto, a Operação Currupira deveria vir para coibir a ilegalidade e ao mesmo tempo resolver um problema e não com a polícia e a quase paralisação do setor deixando mais de 20 mil trabalhadores desempregados.

“Diante da constatada incompetência do Ibama e do descaso do Governo Federal em relação a uma política de desenvolvimento do setor florestal, a solução foi transferir de imediato todas as atividades do Ibama para o estado que acabou criando a Secretaria Estadual de Meio Ambiente”, lembra o ex-deputado.

A Sema, por sua vez, ao invés de pensar no desenvolvimento do setor, segundo Bento Porto desenvolveu um projeto altamente burocrático de fiscalização, controle, aplicação de taxas e tributos, impossível de ser cumprido tanto pelos proprietários rurais da região como pelas próprias madeireiras.

E o mais grave, conforme análise do ex-deputado, é que continua com o mesmo defeito do Ibama, vez que se criou exigências para um universo tão grande que a própria estrutura da Sema não tem condições de atender. “Do jeito que as coisas estão funcionando estima-se em mais de cinco anos o atraso que deverá ocorrer neste setor, com prejuízos econômicos, sociais e até mesmo ambientais”, prevê Bento Porto.

E finaliza: “Infelizmente o Governo Estadual adotou uma posição passiva diante da irresponsabilidade social do Governo Federal com a desastrada Operação Curripira. Para os produtores rurais e madeireiros, mudou-se o chicoteador, mas a chibata continua mesma”.

Bento Porto foi secretário de Planejamento do Estado e presidente da Codemat. É pré-candidato do PSC ao governo do estado, candidatura que será oficializada no próximo dia 11, quando acontece a convenção do partido, nas dependências do colégio Presidente Médice, em Cuiabá.





Fonte: Da Assessoria

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