Após 4 dias, Ibama remove a madeira
A polícia prendeu seis pessoas tentando furtar madeira em pouco mais de 24 horas. As prisões aconteceram entre a madrugada de segunda-feira e a manhã de ontem.
Os detidos foram encaminhados para a delegacia do Jardim Glória, em Várzea Grande, mas como o delegado não caracterizou a autuação como flagrante, os agentes elaboraram os boletins de ocorrência e os liberaram. Sete carros carregados de madeira, apreendidos com os saqueadores, estão na delegacia. Desde domingo, outras 12 pessoas haviam sido detidas pela Polícia Federal, informou o delegado Marco Antônio Farias. Mas não há ainda um levantamento total do número de prisões.
Durante a tarde de ontem não houve invasões, mas o período da manhã foi tenso. Nas ruas dos bairros da redondeza houve congestionamento de carroças, segundo a polícia. Cerca de 500 pessoas se aglomeraram ao redor da área, esperando um momento de descuido da polícia para voltar a realizar os saques. Foi necessária a presença de viaturas da Polícia Rodoviária Estadual, do 4º Batalhão da Polícia Militar, da Rotam e da Polícia Militar Ambiental, para garantir a proteção do espaço. Depois que a multidão se dispersou, o número de soldados foi reduzido e as viaturas que restaram realizaram rondas ininterruptas ao redor da área.
Mas a presença policial não foi o suficiente para desmotivar os saqueadores. A todo momento havia ciclistas e observadores próximo ao local aguardando uma oportunidade para invadir e levar o máximo de madeira possível. Os chamados “chapas”, homens que carregam e descarregam madeira, ficam por perto. E quando as invasões começam, eles arrumam os montes de madeira e telefonam para os caminhões de frete, que ficam à espera nas proximidades. “A gente não pode sair que as invasões começam. Quando aparecemos, os invasores saem correndo e deixam os pedaços de madeira pelo caminho”, disse um policial militar que faz rondas de moto pelo local.
Grande parte da madeira que estava armazenada no depósito foi levada pelos saqueadores. Três mulheres foram abordadas pela PM levando sacos de carvão, que também são guardados no espaço. Um garoto de 16 anos também foi abordado escolhendo toras para carregar. Com ele a polícia encontrou um bilhete, que seria uma encomenda de 48 vigas. Segundo o menor, cada peça seria vendida por valores entre R$ 2,50 e R$ 4,50. Ele e outras pessoas detidas em flagrante, e que devolveram o material, foram liberados. “Quem desiste de levar a madeira nós liberamos, porque não dá para prender todo mundo”, disse o soldado Alex Anderson Bueno. Dois caminhões - um deles de Nossa Senhora do Livramento -, um Fusca com uma carroceria e uma Pampa foram abandonados pelos donos na hora da fuga.
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