Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 07 de Junho de 2006 às 07:01

    Imprimir


Poucos minutos antes de se entregar à Polícia Federal ontem, Ronildo Pereira Medeiros, dono da empresa Frontal, conversou com a reportagem do Diário sobre as investigações da Operação Sanguessuga, sua relação com outros suspeitos e a atuação das empresas que ele administrava. Ronildo Medeiros foi denunciado na última quinta-feira por corrupção ativa, crimes contra a paz pública, crimes contra a administração pública e crimes da lei de licitações.

Ronildo foi apontado pela Polícia Federal como “peça” fundamental no esquema de fraude à licitação. Pela investigação, a Planam, empresa de Darci José Vedoin, seria a responsável pela parte dos veículos, enquanto a Frontal, de Ronildo, pelos equipamentos. Conforme o que foi levantado no inquérito, as empresas de Ronildo eram controladas pelo grupo Vedoin. Na entrevista, ele negou que suas empresas sejam controladas por Darci José Vedoin e afirmou que a Frontal existe desde 1996, numa época em que ele nem conhecia os proprietários da Planam.

Ronildo afirmou ainda que as duas empresas, Frontal e Planam, não tinham qualquer ligação e contou que suas empresas trabalhavam no ramo de comercialização de equipamentos. Ronildo admitiu ser o proprietário das empresas Via Trading e Manoel Vilela Medeiros, apontadas pela Polícia Federal como empresas laranjas. O empresário contou que abriu a Via Trading em Salvador (BA), em parceria com um amigo (cujo nome não foi citado), mas que nunca realizou qualquer venda com a empresa. O objetivo era comercializar equipamentos médicos.

Conforme Ronildo, a Suprema-Rio, instalada no Rio de Janeiro e apontada como outra empresa laranja, não faz parte do grupo Frontal. O empresário afirmou que a Suprema-Rio foi constituída por um ex-funcionário (Ricardo Waldmann Brasil, segundo as investigações da PF) e a participação dele ocorreu na época da abertura. “Quando ele montou a gente deu alguma força, no sentido de ajudá-lo, por ser uma boa pessoa”, comentou.

Outra empresa que Ronildo admitiu administrar é a Manoel Vilela Medeiros, que está em nome do pai do empresário, também preso na Operação Sanguessuga. De acordo com Ronildo, a empresa existe efetivamente e foi aberta numa época em que a Frontal estava com problemas de crédito. “A gente montou para continuar com o trabalho”, afirmou.

Ronildo contou que os negócios da Frontal com prefeituras de Mato Grosso e outros Estados eram basicamente a participação em processos licitatórios. “Puxávamos nos sites as licitações em andamento ou olhávamos em jornal e Diário Oficial. As que interessavam a gente participava”.

O empresário disse que não havia “esquema” para fraudar os processos licitatórios, que nunca negociou com parlamentares e nem tinha a senha para acompanhar os processos das emendas. O relacionamento profissional com Maria da Penha Lino, segundo o empresário, começou antes dela assumir a vaga no Ministério da Saúde, quando ela trabalhou para ele resolvendo pendências em Brasília.

Para Ronildo, a Operação foi deflagrada por motivos políticos. O empresário ainda comentou que acredita não haver provas efetivas contra ele. Ronildo contou que não tinha se entregado ainda, juntamente com a esposa, Cíntia, porque ela teve um problema de coluna e precisou ir para São Paulo fazer um tratamento.

“Retornamos ontem (segunda-feira) e estamos nos entregando hoje. Mesmo porque foragido acho que é bandido, né”, afirmou Ronildo, que se apresentou no final da manhã na Polícia Federal em Cuiabá.





Fonte: Diário de Cuiabá

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/296355/visualizar/