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Terça - 06 de Junho de 2006 às 08:46
Por: Nadja Vasques

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O Grupo de Estudos em Peixes do Médio Araguaia (Gepema), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), concluiu sua primeira clonagem gênica no dia 26 último. O grupo é integrado por pesquisadores do Campus Universitário do Médio Araguaia, que fica na cidade de Pontal do Araguaia, a 506 Km da capital, Cuiabá. Com esse resultado, o Gepema passa a dominar a técnica de obtenção de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), sendo o responsável pelo primeiro transgênico produzido pela UFMT.

O experimento consistiu em isolar um gene ribossomal (5S) do peixe conhecido como traíra (Hoplias malabaricus), explica o professor doutor Issakar Lima Souza, que coordena o grupo juntamente com o professor doutor Paulo César Venere. "Esse gene está envolvido na maquinaria de produção de proteínas da célula e sua seqüência vem sendo usada para comparar as diferentes populações de traíras da América do Sul". Antigamente, a comparação entre as populações era feita por meio das características morfológicas, por exemplo. Hoje, utiliza-se a tecnologia do DNA recombinante, observa. Isso se faz separando o gen e para tanto é preciso cloná-lo. Para a clonagem foi utilizada a bactéria modelo conhecida como E. coli.

Apesar de não possuir os equipamentos considerados como necessários para o experimento, os pesquisadores do grupo e seus estudantes de Iniciação Científica (Pibic-UFMT) não economizaram improvisação e criatividade, e obtiveram os resultados satisfatórios.Os pesquisadores estão, no momento, elaborando projeto para obtenção de financiamento a ser investido em infra-estrutura de pesquisa.

Segundo os coordenadores do grupo, a pesquisa só foi possível graças ao apoio da Pró-reitoria de Pesquisa da UFMT, que se empenhou na aquisição de um novo prédio, tornando viável experimentos desse porte. O Gepema já possui um cronograma para clonagem do mesmo gene em outra espécie de peixe conhecida como o jeju (Hoplerythrinus unitaeniatus) e para outras populações de traíras que ocorrem no Médio Araguaia. Esses resultados fazem parte de experimentos piloto para estudar marcadores moleculares nas espécies de interesse econômico como o Arapaima gigas (pirarucu), Brycon (matrinchã), Cichla (tucunaré), Leporinus (piau) entre outras.





Fonte: A Gazeta

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