Ex-segurança de Arcanjo será ouvido hoje
A informação foi confirmada por funcionários da Secretaria da CPI dos Bingos, medida que atende ao requerimento do senador relator dos trabalhos, Garibaldi Alves (PMDB-RN), protocolado há mais de duas semanas.
Conforme consta nas investigações sobre o crime de Santo André, Joaci das Neves presenciou uma conversa entre os empresários Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes da Silva – “O Sombra”, acusados da morte de Celso Daniel, com o bicheiro sobre o assassinato.
O ex-segurança denunciou o que sabia à polícia, mas logo sofreu um atentado que o deixou com seqüelas mentais, conforme o promotor de justiça paulista que investiga o fato, Roberto Wider Filho. “Temos que levar esse fato em consideração na hora de seu depoimento”, comentou o promotor quando esteve em Cuiabá para ouvir Arcanjo e outras pessoas sobre o crime.
Na semana passada, a ex-cozinheira Zildete dos Reis, que trabalhou para o bicheiro em nove reuniões em sua casa, disse à CPI dos Bingos que Joaci das Neves, assim como seu irmão, prestava serviços de pistolagem a Arcanjo.
Ela também contou aos senadores que Joaci tinha conhecimento sobre os fatos da morte de Celso Daniel, porque circulava na residência do bicheiro, via os visitantes e ouvia as conversas, apesar de declarar que jamais teria conversado com o ex-segurança sobre o crime.
À CPI dos Bingos, Arcanjo declarou, no início de maio, que conhecia Joaci das Neves apenas de vista, da época em que trabalhava como segurança do sargento José Jesus de Freitas. Também informou aos cinco senadores que vieram a Cuiabá que tomou conhecimento pela imprensa de que Joaci teria problemas mentais. O bicheiro nega qualquer participação sua no crime de Santo André e que sequer conhece as pessoas supostamente envolvidas no fato.
Caso Sávio – A audiência de inquirição das testemunhas de defesa restantes no processo que apura a morte de Sávio Brandão, em que Arcanjo é acusado de ser o mandante, está marcada para o dia 23, às 14h30, na 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
Por determinação da juíza Maria Aparecida Ferreira Fago, serão ouvidas três pessoas: Ronaldo Neves Costa, sogro de Sávio Brandão, a jornalista Maria Luiza de Souza, ex-editora executiva do jornal Folha do Estado – de propriedade de Sávio – e a empresária Ana Karine Ricce, dona da voz que consta de uma gravação em que uma outra pessoa é acusada de ser o mandante do crime. A defesa ainda havia pedido a oitiva do delegado Antônio Carlos Garcia de Matos, em substituição do ex-policial foragido Célio Alves.
A juíza da 12ª Vara Criminal também decidiu que o pacote que continha a fita, enviada em maio a Campinas para perícia e que retornou encharcada pela água da chuva, será aberto durante a audiência, diante das partes. Somente depois disso, haverá a decisão sobre o destino do material e se haverá inquérito policial para apurar o motivo pelo qual teria voltado encharcado de São Paulo.
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