JF acata denuncia contra cinco "Sanquessugas"
Os cinco responderão processo por formação de quadrilha, crimes contra a paz pública, crimes contra a administração pública, corrupção ativa e passiva. José Wagner dos Santos (irmão do presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, José Aparecido dos Santos) é o único do grupo que responderá por tráfico de influência. Marcelo Cardoso de Carvalho e Angelita Felipe Nunes responderão também por crimes da lei de licitações.
No dia 1º de junho, o Ministério Público Federal denunciou 81 pessoas por participação no esquema desbaratado pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, entre elas o ex-senador Carlos Bezerra e nove ex-deputados federais. O MPF fez as denúncias por crimes de corrupção ativa, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre outros. A Justiça Federal continuará a analisar as outras denúncias, que podem ser acatadas no decorrer da semana.
As primeiras audiências ocorrerão durante toda a quarta-feira. A primeira será a de Ricardo Augusto França da Silva, marcada para iniciar às nove horas. Em seguida, onze horas, está marcado o início da audiência de José Wagner dos Santos. O terceiro depoimento do dia será o de Marcelo Cardoso de Carvalho, às 14 horas, e o quarto, de Angelita Felipe Nunes, às 18. O depoimento de Neureny Aparecida Medeiros ainda não tem horário marcado.
Ricardo Augusto França da Silva está preso no anexo do Pascoal Ramos (Polínter). Ele era funcionário da Câmara dos Deputados até dezembro de 2005 como assessor do ex-deputado federal Ronivon Santiago (PP/AC). Pela investigação da Polícia Federal, Ricardo tinha interação com a organização criminosa, com contatos freqüentes principalmente com Luiz Antônio Trevisan e se beneficiava com pagamentos indevidos.
Marcelo Cardoso de Carvalho é servidor do Senado Federal como assessor do Senador Ney Suassuna (PMDB/PB). Pelas ligações interceptadas durante o período de investigação, a Polícia Federal descobriu que Marcelo recebia pagamentos indevidos da família Trevisan Vedoin. A maior parte dos conteúdos das conversas, conforme o inquérito da PF, versam sobre o pagamento de propina. Marcelo está preso no anexo do Pascoal Ramos.
Neureny Aparecida Medeiros da Silva Miranda é irmã de Ronildo Pereira de Medeiros, dono da empresa Frontal. Pela investigação da PF, Neureny é uma das sócias da empresa Medical Center, controlada pela organização criminosa. Angelita Felipe Nunes é funcionária de Ronildo e também teria participação no “esquema” de fraude licitatória. As duas estão presas no presídio feminino do Pascoal Ramos.
José Wagner dos Santos era funcionário da Associação Mato-grossense de Municípios (AMM) em Brasília e é apontado como um dos elos entre os empresários e representantes das empresas com os prefeitos do Estado. José Wagner está no anexo do Pascoal Ramos.
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