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Segunda - 05 de Junho de 2006 às 11:57

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A pequena Königstein, que vai abrigar a seleção nas próximas duas semanas, cortou programas sociais e teve aumento de despesas de 50% em relação ao ano passado para receber o time nacional.

O município, a cerca de 20 km de Frankfurt, aposta no Brasil para sanar dívidas em que se meteu nos últimos 40 anos. O rombo chegaria a 50 milhões de euros (R$ 146 milhões).

O prefeito da cidade, Leonhard Helm, que tomou posse na quinta, diz que a dívida é menor, de R$ 58 milhões.

Para ele, o único modo de mudar o quadro é ganhar fama mundial apostando nos campeões do mundo. Com isso, sobrou para os 16 mil habitantes da cidade. O projeto, cujo tema é "Königstein saúda o Brasil", custou R$ 1,46 milhão e foi bancado com o dinheiro de impostos.

Desse modo, explica Pöschl, foi impossível dar seguimento a programas sociais, como a construção de uma creche e manter a ajuda financeira a desempregados.

Os maiores gastos foram com a reforma do estádio do Königstein e com o festival cultural Brasil-Alemanha, que começa hoje e reunirá grupos de dança e música em até o dia 16 de junho.

Neste ano, as despesas da cidade dobraram em relação a 2005. Os gastos chegam a quase R$ 12 milhões, segundo o Conselho de Cidadãos.

A Folha de S.Paulo ouviu dois moradores de Königstein, que pediram para não serem identificados, e foram contra a vinda da seleção. Na avaliação deles, é uma aposta muito alta, que elevou demais a dívida pública, e não há garantia alguma de retorno.

Pöschl, porém, é otimista. Diz que 70% da população aprovou a hospedagem da seleção na cidade.

"Sei que é difícil, as pessoas pagaram a conta e nem irão acompanhar os treinos, mas a seleção tem um potencial de marketing incrível e creio que isso trará recursos para a cidade e a tornará um ponto turístico famoso."

Conhecida na Alemanha por ser uma estância hidromineral, Königstein recebe, anualmente, cerca de 2.000 turistas, número considerado pequeno e que ajuda a explicar a penúria financeira da região, no norte da Alemanha, no vale do Taunus.

"Não temos indústrias, que trazem receitas com impostos. Precisamos fomentar o turismo, que é desconhecido", afirma Helm.

Ontem, a delegação chegou na Alemanha. Ronaldinho disse que assumiu mais responsabilidade no time.

"Me sinto diferente de 2002. Muitas coisas aconteceram."





Fonte: Folha Online

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