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Economia
Segunda - 05 de Junho de 2006 às 11:47

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Depois de superar uma semana cheia de dados econômicos internos e externos, o mercado financeiro terá um volume menor de informações para trabalhar nos próximos dias.

Na semana passada, foram conhecidos os números do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do primeiro trimestre deste ano e a nova taxa básica de juros da economia. Além disso, o Fed (o banco central dos EUA) divulgou a ata da última reunião de seu comitê de política monetária.

Nos próximos dias, o primeiro grande evento a ser acompanhado no Brasil será a apresentação, na quinta-feira, da ata do encontro do Copom.

Na quarta-feira passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) anunciou sua decisão de reduzir a taxa básica da economia, a Selic, de 15,75% para 15,25% anuais. O mercado projetava que o corte nos juros básicos fosse dessa magnitude.

A ata do Copom explicará os motivos que levaram os diretores e o presidente do Banco Central (que formam o comitê) a decidirem por um corte de 0,5 ponto percentual na Selic. O documento também pode trazer sinais sobre o futuro da política monetária brasileira.

Apesar de a pesquisa semanal "Relatório de Mercado" feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras mostrar projeção de que a taxa Selic estará em 14,25% no fim deste ano, há muitas dúvidas dentre os analistas se haverá espaço para que o Copom baixe os juros em sua próxima reunião.

Somente nos dias 18 e 19 de julho haverá um novo encontro do Copom. Até lá, muitas informações econômicas serão conhecidas, com poder para chacoalhar o mercado financeiro.

No fim deste mês, haverá a decisão do Fed sobre os juros básicos norte-americanos.

Como são as dúvidas e temores em relação ao futuro da taxa básica dos EUA que têm trazido turbulências ao mercado internacional, analistas afirmam que até a próxima reunião do Fed muita volatilidade ainda poderá haver.

Na sexta-feira, os investidores estarão atentos ao discurso que Ben Bernanke, presidente do Fed, irá proferir.

A ata do último encontro do BC dos EUA, que foi divulgada na quarta-feira, não deixou claro se novas elevações nos juros norte-americanos irão ocorrer no curto prazo.

Juros futuros

Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o contrato DI que vence no fim de julho fechou na sexta-feira projetando taxa de 15,13%.

A taxa paga por esse contrato DI (Depósito Interfinanceiro) projeta que os investidores apostam que pode haver um corte de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom que acontecerá no próximo mês.

O corte feito pelo Copom na semana passada fez com que a taxa básica voltasse aos níveis de março de 2001.

No caso dos juros reais, a taxa agora está a 10,6% anuais. Os juros reais são calculados levando em consideração a taxa básica e a inflação projetada para os próximos 12 meses.

A queda da taxa real é importante, pois o setor empresarial se baseia nela para realizar seus investimentos futuros. Se essa taxa sobe muito, acaba por fazer com que a economia se retraia, com os investimentos do setor produtivo sendo adiados ou suspensos.

Mas, apesar da diminuição, o Brasil ainda tem, disparado, os maiores juros reais do planeta. Atrás do Brasil, em segundo lugar, está Cingapura, que pratica taxa real de 6,7% anuais. Dentre os latino-americanos, a Venezuela é a que mais se aproxima do Brasil, com 5,8% ao ano.





Fonte: Folha Online

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