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Segunda - 05 de Junho de 2006 às 09:57
Por: Carlos Martins

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São Paulo, SP - Representante das nações indígenas do Parque Nacional do Xingu, o cacique Amutuá Waurá, da etnia Waurá, é uma das principais atrações do estande do Governo de Mato Grosso no 2º Salão do Turismo, que começou na última sexta-feira, em São Paulo, e termina nesta terça-feira (06.06). Waurá, cuja idade correta nem ele mesmo sabe (diz que tem cinqüenta e poucos anos), atrai a curiosidade de gente de toda idade, e também dos veículos de comunicação.

Assim, o indígena, que começou a falar português há pouco tempo, transforma-se num excelente “índio-propaganda” de um dos três roteiros apresentados na Rodada de Negócios: o Xingu – Etnoturismo Indígena, considerado por uma revista americana como o segundo entre 40 roteiros mais exóticos do mundo (só perdendo para um nas Ilhas Galápagos).

É a segunda vez que Amutuá participa do Salão do Turismo. Atende a adultos e crianças com o sorriso e simpatia habituais. Faz tatuagens coloridas nos braços de quem se dispuser a ver marcados na pele os símbolos da floresta. Uma equipe de TV capta os sons emitidos por uma flauta feita com bambu. Com chacoalhos feitos com castanhas de pequi, amarrados aos tornozelos, o índio ensaia os passos da Dança do Jacuí. “Acho tudo isso muito bonito. As pessoas querem saber como é a vida na aldeia”, diz o índio, que é o cacique e pajé em sua aldeia, onde vivem cerca de 20 pessoas, no Alto Xingu.

Amutuá é um dos guias da aldeia construída na região de Feliz Natal (536 km ao Norte de Cuiabá) nas proximidades do Parque Nacional do Xingu para receber turistas de todo o mundo. O Roteiro Xingu, que sofreu uma interrupção, por conta da mudança da operadora que antes detinha a exclusividade, deve sofrer um novo impulso a partir desta segunda edição do Salão do Turismo. O roteiro foi apresentado para operadores na Rodada de Negócios juntamente com os roteiros do Pantanal à Amazônia e o Travessia do Pantanal (que une Mato Grosso e Mato Grosso do Sul numa viagem pelo Rio Paraguai). Na última Festa Internacional do Pantanal, o roteiro também foi apresentado num fantour para jornalistas nacionais e estrangeiros.

Na aldeia, erguida às margens do Rio Von Den Steinen e que fica à uma hora de barco da aldeia original, os turistas são recebidos por índios das etnias Waurá e Trumai. Durante quatro dias, entre outras atividades, eles assistem danças, rituais, conhecem histórias e lendas indígenas vivenciando o cotidiano de uma legítima aldeia. São ensinados pelos índios a pescar com arco e flecha e fazem ainda fazem trilhas na floresta amazônica orientados por um cacique.

“Não tem coisa mais inédita e arrojada do que esse projeto”, diz Nito Noleto que em novembro passado arrendou o hotel selva Xingu Refúgio Amazônico localizado à uma hora da aldeia e que é o local onde os turistas ficam hospedados e de onde se deslocam para a aldeia. . O hotel pode acomodar pelo menos 14 pessoas e, dependendo da demanda, novas vagas poderão ser criadas com a construção de outras cabanas.

Parte da renda obtida com a venda de pacotes (cerca de 200 dólares a diária) é revertida para a Associação Pixawene (etnias Waurá e Trumai). “É um roteiro diferenciado, que integra brancos e índios. E também tem um alcance social, porque cria perspectivas de uma vida mais digna para as comunidades indígenas”, afirmou a secretária do Desenvolvimento do Turismo, Yêda Assis.





Fonte: Redação/Secom-MT

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