Santander Brasil concentrará investimentos no crescimento orgânico
O banco Santander Brasil se concentrará neste ano no crescimento orgânico de seus investimentos, próximos aos R$ 3 bilhões, embora não descarte estudar possíveis aquisições, anunciou nesta quinta-feira o presidente da entidade, Marcial Portela.
"Pensamos mais no crescimento orgânico. Não vamos ter muitas aquisições pois temos uma oferta grande de limites pré-aprovados e nossa intenção é fazer crescer a oferta de crédito com critérios de rentabilidade", afirmou Portela em entrevista coletiva em São Paulo, na qual apresentou o balanço do Santander Brasil.
No entanto, indicou que o banco estará "aberto" para estudar as ofertas do mercado e usou como exemplo o setor de seguros, no qual o Santander Brasil decidiu se manter apenas no ramo de "distribuição".
O Santander somou no ano passado no Brasil um lucro líquido de R$ 6,3 bilhões, número que representa uma contração de 5% frente aos números de 2011.
"Alcançamos um resultado equilibrado, dentro de um conjuntura bastante exigente e aumentamos nossa força comercial, conservamos um nível de capital elevado e terminamos o ano a caminho da normalização das provisões de crédito", disse o executivo.
Segundo Portela, o Santander Brasil terminou o ano "melhor que do que começou e melhor preparado para o crescimento futuro".
No último trimestre de 2012, o lucro líquido do grupo espanhol no Brasil foi de R$ 1,6 bilhão, valor que equivale a um crescimento de 6,5% frente aos três meses anteriores.
Uma das apostas do Santander Brasil seguirá sendo as pequenas e médias empresas, segmento que teve em 2012 um crescimento de 14,5%, e fortalecerá sua atuação no campo das universidades, desenvolvimento sustentável e educação.
Segundo Portela, a carteira de crédito do banco se manterá nos níveis projetados para todo o sistema financeiro brasileiro, que deve ser de crescimento de 15% em 2013, com alguns setores acima dessa média, como o das pequenas e médias empresas.
A inadimplência, apontou Portela, impediu que o Santander Brasil se mantivesse com uma participação de 30% nos lucro mundiais do grupo.
"É uma realidade lógica porque o Brasil vai ter um crescimento maior ao de outros países e isso terá um peso superior no banco", ressaltou.
Segundo o balanço anual, a inadimplência maior a noventa dias subiu um ponto percentual no ano, ao passar de 4,5% a 5,5%, enquanto a de entre 15 e 90 dias se manteve em 4,9% .
"É uma situação controlada do ponto de vista estrutural e não é algo que nos preocupa", ressaltou.
Portela comentou à Agência Efe que o Santander Brasil, que começou em 2012 a cotar na bolsa de São Paulo seu fundo imobiliário com ativos próprios, estuda a possibilidade de ter este ano uma segunda oferta similar como "instrumento de investimentos para os próximos anos".
"Queremos construir um banco para os próximos 100 anos, não queremos trabalhar para os próximos 100 dias e por isso queremos nos tornar um grande banco comercial nacional", especificou.
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