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Internacional
Segunda - 05 de Junho de 2006 às 07:49

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A Associação de Ulemás Muçulmanos (AUM), o máximo organismo religioso dos árabes sunitas iraquianos, acusou hoje o Exército americano de estar preparando "um novo massacre" na província de Al-Anbar, no oeste do Iraque.

"Temos informações sobre os preparativos em andamento das tropas americanas e iraquianas para cometer um novo massacre na província de Al-Anbar com o pretexto da luta contra o terrorismo", disse o porta-voz da AUM, Mohammed Bashar al-Faidhi, em entrevista coletiva em Bagdá.

O porta-voz assegurou que "cada vez que se forma um novo Governo, comete-se um massacre", e lembrou que "com o primeiro Governo provisório (de Iyad Allawi) se perpetraram os massacres de Faluja (no oeste do Iraque) e Najaf (ao sul)".

"Sob o Governo de transição (de Ibrahim al-Jaafari) se cometeu o massacre de Tal Afar (no norte), e agora, com o novo Governo, se realizam os preparativos para um novo massacre em Al-Anbar", acrescentou o porta-voz da minoria sunita.

A província de Al-Anbar, de maioria sunita e a maior do Iraque, é o centro da insurgência contra o Governo de Bagdá e contra a presença de tropas americanas no país.

"Advertimos o Governo iraquiano sobre as implicações destes massacres em determinadas áreas do Iraque", acrescentou Faidh, que lembrou que os "massacres mais graves" perpetrados pelo Exército dos EUA tiveram como objetivo áreas onde a maioria da população é sunita.

Além disso, a Associação de Ulemás Muçulmanos apresentou seis condições para participar da Conferência para a Reconciliação, que será realizada sob a supervisão da Liga Árabe no próximo dia 22 em Bagdá.

O reconhecimento como legítimo do direito à resistência contra a ocupação estrangeira está entre as exigências dos clérigos sunitas, para que se detenham as operações lançadas pelas tropas do Ministério do Interior e que se fixe um calendário para a retirada dos militares estrangeiros do país.

A AUM também solicitou que a conferência ocorra fora do Iraque, que se liberte os detidos nas prisões americanas e iraquianas e que se crie um comitê para investigar, sob supervisão da ONU, as denúncias de abusos contra os presos.

Faidh explicou que a AUM enviará por escrito suas exigências ao secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, em resposta a seu convite para que participem das reuniões.

"A AUM não participará da conferência a não ser que se cumpram nossas exigências", concluiu o porta-voz da organização sunita.





Fonte: EFE

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