Operação apreende pescado ilegal em Mato Grosso

Uma operação conjunta entre a Polícia Federal e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) de Mato Grosso resultou na apreensão de 215 quilos de peixes fora da medida. Eles estavam distribuídos em três câmaras frias de uma pousada localizada na região do rio Perigara, no pantanal mato-grossense. Alguns jaús tinham 50 cm e pouco mais de dois quilos. Três dourados somavam pouco mais de nove quilos sendo que o normal é um único peixe dessa espécie ter mais de 10 quilos.

Havia 15 pessoas na pousada e como não houve flagrante, os policiais apreenderam o pescado. Segundo o coordenador de fiscalização de pesca da Sema, Marcelo Cardoso, a pesca é realizada por turistas que não são orientados pelos responsáveis pela pousada. Em alguns casos, o turista leva o peixe para casa. O acesso a pousada é feito somente de avião. Pelo rio Paraguai, são seis horas de barco.

“Essa pesca criminosa serve de chamariz para a pousada. O turista pesca e com a anuência dos funcionários leva o pescado para casa, mesmo fora da medida e, com isso, volta no próximo ano. Acontece que na maior parte das vezes, não é possível pescar dentro da medida, caso em que o turista acaba indo embora sem peixe algum”, explicou.

Cardoso lembrou que as mais de 100 pousadas localizadas no pantanal no lado mato-grossense receberam a legislação ambiental. Nela aparece a medida mínima sobre os peixes que podem ser pescados. “O turista não sabe nada de legislação sobre peixe. Quem deve informá-lo é justamente o dono da pousada”, esclareceu. O coordenador de fiscalização acrescentou que são poucas as pousadas que agem de forma irregular.

De acordo com o tenente PM Antônio Costa, que participou da apreensão, quem pescou não precisava praticar um crime ambiental. “São pessoas abastadas que viajam de avião para praticar pesca predatória. Não era preciso fazer isso. Se quer pescar, então que o faça dentro da lei”.

Essa mesma pousada apresentou irregularidades durante operação ocorrida em 1.997. Na ocasião, foram apreendidos vários animais silvestres abatidos: jacarés, capivaras e até mutuns, guardados em freezers.

Cardoso alertou para a possibilidade da pousada perder a licença ambiental. Explicou que será realizado um levantamento sobre a documentação da pousada.

“Se tiver no período de vencimento, essa infração será levada em conta e o proprietário terá dificuldades em obter a renovação”. O pescado apreendido foi trazido para Cuiabá e será distribuído para entidades filantrópicas da Capital.