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Segunda - 05 de Junho de 2006 às 05:20
Por: Carlos Martins

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São Paulo, SP - A associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (Abeta) vai fazer um amplo diagnóstico da situação do Turismo de Aventura em Mato Grosso. Desse trabalho, que inclui a verificação da organização do setor e o nível de segurança, irá resultar uma proposta de qualificação que será em breve apresentada à Secretaria de Desenvolvimento do Turismo (Sedtur). O Estado possui roteiros que atraem cada vez mais turistas para algumas regiões de Mato Grosso onde acontecem as práticas de esportes como o rafting, rapel e canoagem. E, para que o aventureiro retorne para casa sem sustos, medidas responsáveis e seguras devem ser tomadas.

O primeiro contato entre a secretária Yêda Assis e representantes da Abeta foi feito durante o 2º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil que acontece em São Paulo, no ExpoCenter Norte, desde a última sexta-feira. A entidade, uma ONG, foi criada por empresários em 2004. No ano seguinte foi formalizado um convênio com o Ministério do Turismo para implementar um Programa de Qualificação e Certificação em Turismo de Aventura.

Até agora, por meio da Abeta e parceiros como secretarias, Sebrae e Ministério do Turismo, já foram formalizados convênios para cursos de qualificação em 15 roteiros ou pólos selecionados em 12 Estados. Mato Grosso poderá ser um dos próximos a entrar no programa. “Temos que colocar Mato Grosso no roteiro de aventuras como um destino seguro e organizado. Para isso, precisamos qualificar guias, monitores e todos aqueles envolvidos com o turismo de aventura”, explicou a secretária Yêda Assis.

De acordo com o coordenador de comunicação da Abeta, Gabriel Guimarães, um dos motivos que levou os empresários a criar a associação foi à falta de informações sobre o setor. Calcula-se que em torno de 80% das pessoas envolvidas com o turismo de aventura sejam informais. “Os empresários sentiram os problemas do setor, como a informalidade e a falta de qualificação. O projeto inclui o diagnóstico, a gestão empresarial e a gestão em segurança”, explicou.

Em Mato Grosso, de acordo com a secretária Yêda Assis, o núcleo do pólo ligado à Abeta deve concentrar os municípios de Jaciara, Campo Verde, Primavera do Leste, Chapada dos Guimarães e Nobres, regiões que já constam de roteiros do ecoturismo e turismo de aventura.

NORMAS - A Abeta foi criada com o objetivo de colocar o Brasil entre os mais destacados e seguros destinos de turismo de aventura do mundo. Normas foram criadas com a participação do

Ministério do Turismo, Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Sebrae. Estão previstas 19 normas técnicas. Cinco já foram publicadas, três estão em fase de publicação, quatro projetos estão em Consulta Nacional e sete encontram-se em desenvolvimento.

As normas já publicadas são Condutores – Competência de Pessoal; Informações mínimas Preliminares a Clientes; Sistemas de Gestão de Segurança – Requisitos; Sistemas de Gestão de Segurança – Requisitos de Competências para Auditores; Condutores de rafting. Em fase de publicação estão a Condutores de Montanhismo e de Escalada e de Turismo Fora-da-Estrada.

Assim que Mato Grosso se tornar mais um pólo da Abeta, será possível, por meio de parcerias envolvendo Sedtur, Ministério do Turismo e outros parceiros, promover a qualificação de profissionais e instituições por meio de cursos presenciais e à distância. Para fortalecer a capacidade de respostas a emergências relacionadas ao Turismo de Aventura, o Ministério do Turismo desenvolveu o manual de Criação e Organização de Grupos Voluntários de Busca e Salvamento (GVBS) de Turismo de Aventura, por meio de parceria com o IH, a Abeta, especialistas do setor e do Sistema Nacional de Defesa Civil.

Entre 1993 e 2005 a ONG Férias Vivas fez uma pesquisa sobre acidentes ocorridos nas práticas de turismo de aventura. No período, 219 pessoas foram vítimas de acidentes em caminhadas, das quais 17 vieram a morrer. Entre os praticantes da atividade off-road, foram 204 ocorrências com 15 mortes. No canionismo/cachoeirismo houve 19 acidentes, 11 fatais. No espeleoturismo, foram 12 acidentes com duas mortes. Em 11 atividades foram registradas ocorrências de acidentes. “A aventura envolve riscos, mas os acidentes podem ser evitados se regras mínimas de segurança forem adotadas”, observa o representante da Abeta, Gabriel Guimarães.





Fonte: Redação/Secom-MT

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