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Internacional
Domingo - 04 de Junho de 2006 às 14:30

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O fato ocorreu durante o tradicional "café-da-manhã eleitoral" que os candidatos costumam realizar com os jornalistas no dia do pleito, em Lima.

"É o voto da democracia contra o militarismo", insistiu García, atacando seu opositor, o ex-militar Ollanta Humala, do UPP.

O representante da Justiça Eleitoral, Boris Aymar, disse à rádio RPP que está se analisando se o candidato desrespeitou a lei ao pedir voto no dia da eleição, o que é proibido pela legislação eleitoral.

O incidente levou as emissoras de TV a suspenderem a transmissão das palavras de García, que estava ao lado da mulher, Pilar, e de quatro dos cinco filhos.

Mas a expectativa é de que o incidente, segundo a imprensa peruana, "caia no esquecimento" numa jornada eleitoral que não registra "maiores problemas".

Durante o café-da-manhã com os jornalistas, um deles perguntou a García se ele era "o menos ruim" desta eleição, como foi dito por eleitores e analistas: "Não acho que eu seja o menos pior, mas o voto útil". Antecipação



Sob forte esquema de segurança, o presidenciável Ollanta Humala surpreendeu o eleitorado ao votar três horas antes do horário previsto, quarenta minutos após o início da votação.

Seu objetivo, segundo a imprensa peruana, foi evitar incidentes como os que ocorreram no primeiro turno, quando eleitores indignados com sua candidatura o chamaram de "assassino" e impediram sua saída do local de votação durante mais de meia hora.

"Quero cumprir o que diz a lei e não farei proselitismo", disse Humala, tentando evitar pedidos abertos de voto, durante seu café-da-manhã eleitoral.

Mas ele também mandou seu recado diante das câmeras de TV: "Temos certeza de que as pessoas não precisam tapar o nariz para votar hoje para presidente. Que votem sem medo, votem útil, não anulem o voto."

Sorridente, o presidenciável, que estava ao lado da mulher, Nadine, e de uma das filhas, disse que, seja qual for o resultado, o projeto de "nacionalismo" que defende já entrou para a agenda política nacional.

O candidato deu pelo menos duas alfinetadas ao se referir aos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, definido por Alan García como seu padrinho político, e dos Estados Unidos, Geoge W. Bush – alvo preferido das críticas de Chávez.

"Vejo que vocês também vieram com capacetes e fuzis, como os paramilitares venezuelanos", ironizou, entre sorrisos, em referência às acusações da reta final da campanha de que teria recebido ajuda, inclusive militar, do presidente venezuelano.

Mais tarde fez nova ironia: "Ainda estou esperando a ligação do senhor Bush(para felicitá-lo pelo resultado do primeiro turno)".

Apesar das declarações, o presidenciável afirmou que, se for eleito, pretende trabalhar "políticas anti-drogas" com o governo americano e intensificar relações políticas e econômicas com a Venezuela, entre outros países.

García e Humala receberam no primeiro turno, juntos, cerca de 46% dos votos, ou seja, menos que a maioria necessária para um candidato ser eleito presidente – 50% mais um voto.

No primeiro turno cada um deles teve, segundo o professor Luis Benavente, da Universidade de Lima, entre 30% e 40% de rejeição popular, de acordo com diferentes pesquisas de opinião.

O eleito neste domingo tomará posse no dia 28 de julho.





Fonte: BBC Brasil

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