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Irã ameaça usar petróleo como arma em disputa nuclear
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do quarto maior exportador de petróleo do mundo, disse neste domingo que se os Estados Unidos fizerem um "movimento errado" em relação ao Irã, colocariam o fluxo de energia na região em perigo.
No passado, autoridades iranianas rejeitaram usar o petróleo como arma no impasse nuclear do Irã com o Ocidente, mas os comentários de Khamenei sugerem que o país pode interromper o fornecimento se for punido.
Os comentários, que podem desestabilizar o mercado de petróleo, foram feitos dias antes da divulgação de um pacote de incentivos pelo chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, para convencer o Irã a abandonar os planos de fabricar combustível nuclear. O pacote foi fechado entre seis potências mundiais.
"Se vocês (Estados Unidos) fizerem um movimento errado em relação ao Irã, definitivamente o fluxo de energia nesta região estará seriamente em perigo", disse Khamenei, que tem a palavra final sobre todos os assuntos do país, em discurso sobre o impasse nuclear.
Washington acusa Teerã de estar tentando fabricar armas nucleares sob a cobertura de um programa de energia nuclear civil. Teerã nega.
Os Estados Unidos dizem que desejam uma solução diplomática, mas recusam-se a descartar a ação militar.
Washington ofereceu aderir aos países europeus nas negociações com o Irã sobre o programa nuclear, mas afirma que antes disso Teerã precisa suspender o enriquecimento de urânio. O Irã rejeitou a exigência, afirmando que o processamento é um direito nacional.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad disse no sábado que vai levar em consideração as propostas feitas por EUA, Rússia, China, França, Alemanha e Grã-Bretanha, mas também insistiu que a essência do pacote é inaceitável.
Os incentivos não foram anunciados publicamente, mas diplomatas que trabalharam no documento disseram que eles variam de oferta de reatores nucleares a garantias de segurança.
Ainda não foi anunciada a data de uma visita de Solana ao Irã para entregar a oferta de incentivos. Autoridades iranianas disseram que a visita é esperada para os próximos dias.
AÇÃO CORAJOSA
Khamenei não fez referência explícita ao enriquecimento de urânio no discurso que marcou o aniversário da morte do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica.
Mas disse: "Estamos comprometidos com nossos interesses nacionais e quem quer que os ameace sentirá a dureza da cólera desta nação".
Ele também elogiou os esforços dos cientistas nucleares do Irã pelo desenvolvimento de tecnologia nuclear, que classificou de "ação corajosa". O aiatolá condenou o que chamou de campanha do Ocidente contra o programa atômico do país.
"Nosso país deu um passe adiante e resistiu corajosamente", disse. "Não há consenso internacional contra o programa nuclear do Irã a não ser de alguns... países monopolistas e este consenso não tem valor".
Os preços internacionais do petróleo chegaram perto de novos recordes de alta, acima dos 70 dólares por barril, em parte devido ao temor de que as exportações do Irã sofram interrupções caso a disputa nuclear aumente. O Irã produz cerca de 3,85 milhões de barris de petróleo por dia.
O Conselho de Cooperação do Golfo, formado por seis países do Golfo Árabe, incluindo a gigante do petróleo Arábia Saudita, disse no sábado que está "profundamente preocupado com os acontecimentos no programa nuclear do Irã", depois de uma reunião em Riad.
Há dois meses, o Irã simulou uma guerra naval no Golfo, que é a rota de cerca de dois quintos de todo o comércio mundial de petróleo. Analistas interpretaram as manobras militares, que incluíram testes de disparos de mísseis, como uma mensagem de que o Irã vai atrapalhar as linhas de fornecimento de petróleo se sofrer pressão internacional.
No passado, autoridades iranianas rejeitaram usar o petróleo como arma no impasse nuclear do Irã com o Ocidente, mas os comentários de Khamenei sugerem que o país pode interromper o fornecimento se for punido.
Os comentários, que podem desestabilizar o mercado de petróleo, foram feitos dias antes da divulgação de um pacote de incentivos pelo chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, para convencer o Irã a abandonar os planos de fabricar combustível nuclear. O pacote foi fechado entre seis potências mundiais.
"Se vocês (Estados Unidos) fizerem um movimento errado em relação ao Irã, definitivamente o fluxo de energia nesta região estará seriamente em perigo", disse Khamenei, que tem a palavra final sobre todos os assuntos do país, em discurso sobre o impasse nuclear.
Washington acusa Teerã de estar tentando fabricar armas nucleares sob a cobertura de um programa de energia nuclear civil. Teerã nega.
Os Estados Unidos dizem que desejam uma solução diplomática, mas recusam-se a descartar a ação militar.
Washington ofereceu aderir aos países europeus nas negociações com o Irã sobre o programa nuclear, mas afirma que antes disso Teerã precisa suspender o enriquecimento de urânio. O Irã rejeitou a exigência, afirmando que o processamento é um direito nacional.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad disse no sábado que vai levar em consideração as propostas feitas por EUA, Rússia, China, França, Alemanha e Grã-Bretanha, mas também insistiu que a essência do pacote é inaceitável.
Os incentivos não foram anunciados publicamente, mas diplomatas que trabalharam no documento disseram que eles variam de oferta de reatores nucleares a garantias de segurança.
Ainda não foi anunciada a data de uma visita de Solana ao Irã para entregar a oferta de incentivos. Autoridades iranianas disseram que a visita é esperada para os próximos dias.
AÇÃO CORAJOSA
Khamenei não fez referência explícita ao enriquecimento de urânio no discurso que marcou o aniversário da morte do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica.
Mas disse: "Estamos comprometidos com nossos interesses nacionais e quem quer que os ameace sentirá a dureza da cólera desta nação".
Ele também elogiou os esforços dos cientistas nucleares do Irã pelo desenvolvimento de tecnologia nuclear, que classificou de "ação corajosa". O aiatolá condenou o que chamou de campanha do Ocidente contra o programa atômico do país.
"Nosso país deu um passe adiante e resistiu corajosamente", disse. "Não há consenso internacional contra o programa nuclear do Irã a não ser de alguns... países monopolistas e este consenso não tem valor".
Os preços internacionais do petróleo chegaram perto de novos recordes de alta, acima dos 70 dólares por barril, em parte devido ao temor de que as exportações do Irã sofram interrupções caso a disputa nuclear aumente. O Irã produz cerca de 3,85 milhões de barris de petróleo por dia.
O Conselho de Cooperação do Golfo, formado por seis países do Golfo Árabe, incluindo a gigante do petróleo Arábia Saudita, disse no sábado que está "profundamente preocupado com os acontecimentos no programa nuclear do Irã", depois de uma reunião em Riad.
Há dois meses, o Irã simulou uma guerra naval no Golfo, que é a rota de cerca de dois quintos de todo o comércio mundial de petróleo. Analistas interpretaram as manobras militares, que incluíram testes de disparos de mísseis, como uma mensagem de que o Irã vai atrapalhar as linhas de fornecimento de petróleo se sofrer pressão internacional.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/296893/visualizar/
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