Ana Paula Tabalipa dribla obstáculos para viver policial em Prova de Amor

"Estava louca para interpretar uma prostituta, uma louca ou uma vilã na tevê", diverte-se Ana Paula Tabalipa, que vive a policial Luiza em Prova de Amor, da Record. A atriz, distante da televisão desde que interpretou a modelo Patrícia em Os Amadores, especial de fim de ano da Globo, jamais esperava fazer uma personagem tão "politicamente correta" na tevê.

Mesmo assim, Ana Paula garante que gosta de ser surpreendida por papéis inesperados. "Mas nem tanto! Estava acostumada a ver apenas homens na polícia", confessa a atriz, que não chegou a fazer algum tipo de composição para a Luiza. Apenas assistiu a alguns filmes, como "Hannibal", de Ridley Scott, para se ambientar com o clima policial da trama. "Não fiz tiro ao alvo e nem sabia segurar em uma arma. Aprendi no tranco", assume.

Mas uma das maiores dificuldades da atriz nem foi segurar pela primeira vez a pistola automática de Luiza. No seu primeiro dia de gravação, a carioca mignon, que mede apenas 1,59 metros de altura, teve de mostrar autoridade para prender o bandido Gerião, personagem de André Segatti, que tem mais de 1,90m de altura. "E eu estava com uma bota que não tinha salto nenhum! Batia na cintura dele! Foi ridículo!", lembra a atriz, antes de emendar: "O pior é que tive de pegá-lo pelo braço e jogá-lo na viatura.

Só o braço dele é mais grosso que a minha perna", compara, às gargalhadas. Nesta cena, a atriz contracenava com Patrícia França e Jorge Pontual, que também vivem policiais que fazem parte do núcleo de Luiza. "Ainda bem que a Patrícia é do meu tamanho. Isso faz com que eu me sinta menos mal nas cenas em que preciso prender esses gigantes", brinca a atriz, contratada apenas por esta novela na emissora.

Na verdade, Ana Paula, que estreou na tevê como a Tainá, protagonista de Malhação em 1995, assume que este é o menor papel que já fez em sua carreira. Afinal, depois da adolescente do folhetim, ainda na Globo, a atriz de 27 anos protagonizou a minissérie Luna Caliente, em 1999, além de viver outros personagens na emissora, como a Camila de O Amor Está no Ar, em 1997, e a Ritoca da minissérie Chiquinha Gonzaga, em 1999.

Outro trabalho de destaque de Ana Paula foi a protagonista de Jamais Te Esquecerei, trama mexicana adaptada pelo SBT em 2003, onde vivia a determinada Beatriz. "Estava muito mal acostumada, porque só fazia papéis grandes. Parece que estou começando minha carreira agora, mais amadurecida e com os filhos que queria ter", analisa a atriz, mãe de Lui, Pedro e Tom, que estão com cinco, dois e um ano de idade, respectivamente.

Apesar de já estar em sua sétima trama na tevê, Ana Paula se queixa apenas de praticamente não ser lembrada pelo público pela maioria de seus papéis na tevê. "Fico arrasada quando dizem: 'você está sumida desde Malhação!", lamenta a atriz, que enxerga na policial Luiza o início de uma nova fase de sua carreira.

Quando foi chamada para fazer o teste para a policial nos estúdios da RecNov, no Rio, a atriz se surpreendeu ao encontrar muitas caras conhecidas da Globo. "Fiquei admirada quando percebi que todo mundo da Globo estava lá, desde o cameraman até os atores", anima-se Ana Paula, que não se faz de rogada ao tecer elogios aos investimentos da Record em estúdios e profissionais de dramaturgia.

"Quando falei no salão que freqüento que ia para Prova de Amor, a mulherada toda disse que assistia a novela. Isso dá um incentivo grande, porque neguinho só está acostumado a assistir a Globo¿, acredita, antes de emendar. "Espero que agora as pessoas se lembrem do meu trabalho. Afinal, a Record já está com várias novelas para estrear e uma grade bacana, com atores que têm contratos longos", insinua, arregalando os olhos profundamente azuis.