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Internacional
Sábado - 03 de Junho de 2006 às 18:50

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A liberdade de imprensa no mundo piorou no último semestre, com 38 jornalistas mortos, alertou hoje a Associação Mundial de Jornais (WAN, na sigla em inglês), que advertiu sobre a situação no Iraque, Colômbia e Filipinas, mas também em Cuba, Irã, Venezuela, China e Nepal.

"A liberdade de imprensa piorou no mundo todo, com o assassinato de 38 jornalistas nos últimos seis meses e as pressões crescentes exercidas contra a liberdade de expressão em grande número de países", afirma o relatório semestral da WAN.

Este relatório foi apresentado hoje, em Moscou, diante do Conselho de Administração da associação, na véspera do Congresso Mundial de Jornais e do Fórum de Redatores-Chefes realizados na capital russa até o próximo dia 7.

"Nestes últimos meses, jornalistas do mundo inteiro foram vítimas, mais uma vez, de atos de assédio, violência física e morte.

Um número recorde de jornalistas foi detido e preso no Nepal, Belarus e Etiópia. Dezenas ainda estão presos na China, Cuba e Eritréia. Várias empresas de imprensa do planeta foram destruídas ou obrigadas a fechar as portas", resumiu a WAN.

O balanço de 38 jornalistas mortos desde novembro de 2005 "poderia ter sido maior", segundo a WAN, que pergunta o que teria acontecido se, em vez de censurarem a si mesmos, os profissionais tivessem se expressado com liberdade na Colômbia e nas Filipinas.

Esses países são dois dos "mais perigosos do mundo para os repórteres" e "os assassinos atuam com total impunidade", afirma o documento.

Sete jornalistas morreram nas Filipinas e um na Colômbia no último semestre, mas o Iraque continua sendo o país mais perigoso para a imprensa, com 16 jornalistas assassinados no mesmo período.

Por regiões, a associação destaca que o continente americano registrou "retrocessos" no âmbito da liberdade de imprensa, mas a Ásia continua registrando o "pior balanço do mundo" nesse assunto.

Com relação à América Latina, a WAN se preocupa que continue havendo 24 jornalistas presos em Cuba - "um dos piores carcereiros de jornalistas do hemisfério e certamente do mundo" -, que os meios de comunicação na Colômbia estejam "sob ameaça" e que um fotógrafo tenha sido assassinado na Venezuela, onde, além disso, continuam os "ataques judiciais" contra a liberdade de imprensa.

Sobre os Estados Unidos, a associação lamenta que as grandes sociedades da internet, como a Google, priorizem seu lucro em detrimento da liberdade de imprensa, e dão como exemplo o que acontece com esse site de buscas na China, onde há mais de 30 jornalistas presos.

"Os Governos chinês, birmanês e norte-coreano são alguns dos mais repressivos do mundo e freqüentemente acusam os jornalistas", destaca a WAN, que também cita a detenção de 400 jornalistas no Nepal em 2005 como motivo de preocupação.

As eleições em Belarus e no Cazaquistão, que "provocaram uma nova onda de repressão" contra a imprensa, e os "desafios constantes" para a liberdade da imprensa na Rússia, com "assédio judicial permanente" e "rígidos controles" à televisão, são as notas mais destacadas na região da Europa e Ásia Central.

O derramamento de sangue no Iraque, a intolerância no Irã e a morte de um "campeão da liberdade de imprensa", Genran Tueni, no Líbano, marcaram o Oriente Médio e a África do Norte no último semestre, diz o relatório.

Por último, a África subsaariana passa por "uma profusão de obstáculos", como a guerra civil, a ausência de infra-estruturas, o subdesenvolvimento de mercados e a presença de regimes totalitários.

A liberdade de imprensa piorou em alguns dos países mais estáveis do continente, como Quênia e Nigéria. Eritréia e Etiópia estão entre os "maiores aprisionadores" de jornalistas do continente africano.

Com sede em Paris, a associação representa 18.000 jornais no mundo e reúne 73 associações nacionais de editores, jornais e diretores desses veículos em 102 países, onze agências de imprensa e nove organizações de imprensa regionais e internacionais.





Fonte: EFE

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