O lançamento de uma nova plataforma multimídia para a Copa do Mundo de 2014 ficou em segundo plano nesta quinta-feira. Incumbido de apresentar a nova estratégia de mercado da Sony para o torneio da qual é patrocinadora, o gerente de marketing da empresa, Carlos Paschoal, foi assaltado 15 minutos antes de a sua apresentação ter início. A apreensão com a violência em São Paulo atrasou o início do evento, mas não abalou a confiança do diretor no sucesso da competição.
"A infraestrutura do País vem melhorando e já conseguimos notar isso nestes últimos meses. Acabei de ser assaltado, mas continuo sendo um fã do Brasil. Eu acredito no País e participamos sempre das reuniões mensais com o Ministério (do Esporte). Vemos uma grande evolução em tudo que vem sendo feito pelo governo e pela Fifa. Apesar dessas situações pontuais, a Sony acredita que o Brasil vai chegar lá", discursou Paschoal.
O gerente de marketing da multinacional japonesa foi apenas uma das várias vítimas de assaltos na cidade. Segundo as estatísticas levantadas pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo no último trimestre de 2012, as delegacias da capital registraram 52.553 casos de furto e outros 26.178 de roubo. Já o furto de veículos foi responsável por 9.680 das ocorrências.
O último grande investimento do governo estadual na segurança pública foi feito durante este primeiro mês de 2013. O governador Geraldo Alckmin anunciou o primeiro lote de 2.751 novas viaturas para o patrulhamento das ruas. O montante gasto foi de R$ 91,5 milhões, mas não surtiu efeito imediato. De acordo com testemunhas residentes na Rua Pedroso Alvarenga - local do assalto ao representante da Sony - os crimes na região são frequentes e, recentemente, uma loja teve prejuízo de R$ 11 mil após a visita de bandidos armados.
A preocupação com a infraestrutura do País também foi questionada durante a divulgação do pôster oficial da Copa do Mundo de 2014, na última quarta-feira. O atraso nas obras para o Mundial foi tema frequente nas perguntas direcionadas ao presidente da CBF, José Maria Marin, e colocou Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local (COL), em uma saia-justa. O ex-jogador reclamou da fiscalização em cima da preparação para o torneio e gerou desconforto com torcedores brasileiros.
"O sentimento que vejo nas ruas é de felicidade e expectativa para a Copa, muito diferente do tom das perguntas que a gente precisa responder. Este é o momento de todos se unirem, inclusive a imprensa. O povo brasileiro não está preocupado com atraso (nas obras para o Mundial). O povo brasileiro precisa de alegria", declarou Ronaldo, que passou a ser intensamente criticado nas redes sociais desde então.
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