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Cidades/Geral
Sábado - 03 de Junho de 2006 às 09:46

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O aproveitamento do carvão vegetal e o etanol retirados da madeira ressurgiram como alternativas para o setor energético de Mato Grosso, durante reunião da Câmara Setorial Temática (CST) da Assembléia Legislativa. No entanto, as mudanças futuras dependem de políticas aprovadas no Senado e Congresso Nacional, que na avaliação dos participantes da Câmara, não levam em consideração o potencial das riquezas naturais. É o que pensa o advogado e pós-graduado em Análise e Elaboração de Projetos Ambientais e Industriais pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Amílcar Menezes, palestrante que enfocou os resíduos do carvão vegetal como fonte de energia.

Ele não poupou críticas a União, Estados e Municípios, que compõem a Amazônia Legal, onde o desmatamento é alvo de estudos levantados pelo próprio Amílcar Menezes - que atinge 88% de áreas com autorização para o desmatamento.

Presidida pelo assessor jurídico da Casa, José Lacerda, a CST contou com a presença de representantes da SEMA, OAB e outros setores ligados a área rural e de preservação do Meio Ambiente. De acordo com José Lacerda, a CST vai propor a aprovação de uma política estadual dos resíduos vegetais, além de outras alternativas que a comissão tem discutido para a preservação do Meio Ambiente.

José Lacerda é da tese defendida por Amílcar Menezes, de que a forma para reduzir o desmatamento sem aproveitamento das riquezas naturais, passa pelo processo educativo. “É educando e estimulando o conhecimento cientifico que vamos aproveitar as riquezas biológicas”, disse Lacerda.

Para Eduardo Figueiredo Abreu, da SEMA, a reunião “é uma tempestade de idéias de todas as experiências já discutidas no Mundo e em Mato Grosso para o aproveitamento dos resíduos vegetais como o carvão”. “Temos que discutir todas as alternativas de experiências que tragam benefícios econômicos e sociais para o Estado”, declarou Eduardo.

O aproveitamento do carvão vegetal em áreas desmatadas com fins energéticos pode ser tornar uma realidade por meio da educação, como foi sugerido por Amílcar Menezes e abraçada pela maioria dos participantes. “A produção feita a partir de resíduos vegetais é viável em Mato Grosso com tecnologias que vai quebrar com vários tabus”, afirmou.

Um deles é a questão energética da qual poderá ser viabilizada da extração do álcool existente em qualquer vegetal, como a madeira, que ao invés de ser explorada erradamente, será mais opção de renda para o setor rural e o próprio Estado. Esse processo, segundo tese de Amílcar Menezes assegurou, na segunda Guerra Mundial, a economia da Suíça que adaptou sua frota de veículos ao álcool retirado da madeira num processo simples.

Amílcar defende a sivilcultura como produto primário para a economia de Mato Grosso ao contrário da agropecuária. “Estamos num processo errado. Somos um Estado eminentemente produtor de madeira”, afirmou.





Fonte: Terra

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