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Sábado - 03 de Junho de 2006 às 06:00
Por: João Negrão

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O aniversário de 100 anos do assassinato do ex-presidente de Mato Grosso, Antônio Paes de Barros, mais conhecido por Totó Paes, será lembrado com uma série de homenagens na primeira semana de julho. Uma comissão organizada pelo Governo de Mato Grosso e formada por representantes do Exército Brasileiro, Federação das Indústrias, prefeituras de Cuiabá, Barão de Melgaço, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e Instituto Itaicy está preparando as homenagens. A comissão se reuniu na tarde desta sexta-feira (02.06), no Palácio Paiaguás.

Totó Paes presidiu Mato Grosso de 1903 a 1906, quando no dia 6 de julho, foi morto por integrantes da milícia de Generoso Ponce, contra quem combateu na chamada Revolução de 1906. “Foi um dos episódios mais lamentáveis e vergonhosos”, afirma o historiador Paulo Pitaluga Costa e Silva, secretário-adjunto da Casa Civil, que, junto com o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, coordenou a reunião desta sexta-feira.

Pecuarista, industrial, político e empreendedor, Totó Paes foi considerado o “pai da indústria” de Mato Grosso. Entre seus feitos de empreendedor, criou em 1896 a famosa Usina de Itaicy, uma ousada construção com tecnologia e equipamentos importados da Alemanha. Ali, além da poderosa produção de açúcar e álcool, Itaicy ficou famosa por sua estrutura social, econômica (tinha moeda própria) e cultural, revolucionou inclusive a relação patrão/empregados, outra ousadia para a época. Foi lá também que se instalou a primeira rede de energia elétrica de Mato Grosso e uma das primeiras do País.

“Resgatar a memória de Totó Paes é resgatar um importante página da história de Mato Grosso”, destacou o secretário de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira. Ele lembra ainda que a atual geração e as gerações futuras têm o direito de conhecer todas as versões da história, inclusive a dos vencidos. “Totó Paes fez muito pelo desenvolvimento de Mato Grosso e sua memória não pode ser apagada apenas porque perdeu uma guerra. Ele morreu lutando por seus ideais”, complementou.

A Revolução de 1906, relata João Carlos Vicente Ferreira, em sua “Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso”, foi iniciada, em maio daquele ano, por Ponce em Corumbá. “Bem armados, os comandados de Ponce foram tomando cidade por cidade até efetuarem finalmente o cerco a Cuiabá. Para evitar um maior derramamento de sangue, Totó Paes deixou Cuiabá, refugiando-se na Fábrica de Pólvora do Coxipó, onde foi covardemente fuzilado”, relata.

Homenagens

A antiga Fábrica de Pólvora do Coxipó e hoje o Campo de Instrução Marechal Rondon, do Exército, que fica na região do Coxipó do Ouro. É lá que acontecerá uma das homenagens programadas pela comissão: a instalação de uma placa alusiva ao episódio e, futuramente, à construção de um mausoléu. Antes, porém, conforme planeja a comissão, os restos mortais de Totó Paes, sepultados no Rio de Janeiro, serão trazidos para Cuiabá e depositados numa urna funerária no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.

Outras homenagens que estão sendo organizadas são: a reedição da obras do ex-presidente (na época o mandatário do Estado era assim denominado); cunhagem de 200 moedas da usina, nos três valores conhecidos, para distribuição aos participantes das homenagens; exposição fotográfica e de documentos sobre Totó Paes e a Usina de Itaicy; instituição da Medalha Antonio Paes de Barros pela Fiemt às personalidades que se destacarem em prol do desenvolvimento industrial de Mato Grosso; e a denominação de avenidas em Santo Antonio de Leverger e Cuiabá (surgiu a sugestão de a avenida das Torres ser denominada Totó Paes), entre outras.





Fonte: Da Assessoria

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