Aborígine australiana enfrenta processo por racismo
Melissa Blackney, descrita pela polícia como caucasiana, foi agredida por três jovens aborígines, de 14, 15 e 21 anos, após terem atirado uma pedra no carro em que ela estava, em abril deste ano.
O caso ocorreu na cidade de Kalgoorlie, que tem prosperado nos últimos anos graças ao boom dos minérios que a região tem em abundância, revelando profundas divisões sociais entre os brancos e a população nativa.
Blackney disse aos jornalistas que não pediu a incriminação da menina de 14 anos por discriminação racial, mas considera a acusação apropriada.
"Não sei porque começaram com aqueles xingamentos racistas, eu não sou racista em relação a eles", acrescentou. A jovem explicou que estava dormindo no carro estacionado enquanto esperava sua mãe com as chaves de casa, quando o grupo se aproximou e lançou uma pedra contra o carro.
A versão da jovem aborígine é diferente, segundo a qual Blackney dirigia seu carro de forma ameaçadora em direção a ela e às amigas, após considerar incorretamente que elas teriam atirado uma pedra contra o carro. Além disso, Blackney teria sido a responsável pelo início dos xingamentos racistas.
As novas leis contra a discriminação racial entraram em vigor há um ano em resposta a uma série de ataques com base em grafites racistas realizados pelo Movimento Nacionalista Australiano contra a principal sinagoga de Perth, além de diversos restaurantes e negócios de asiáticos.
De acordo com as novas leis, as pessoas acusadas de discriminação racial podem ser condenadas em no máximo 14 anos de prisão, mas, por ser menor de idade, a jovem aborígine só poderá ser condenada a no máximo seis meses de prisão.
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