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Agronegócios
Sexta - 02 de Junho de 2006 às 17:08

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O presidente da Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas, anunciou ontem a decisão de abandonar a mesa de negociações por considerar a proposta da indústria muito distante das suas aspirações e ao custo de produção da fruta. Viegas declarou que a atitude da indústria ao reter os ganhos obtidos no mercado internacional com a exportação de suco condena os citricultores a abandonar a atividade. O resultado disso será a concentração dos pomares nas mão de poucos produtores e a troca da laranja pela cana, que atualmente proporciona maior ganho.

A queixa de Viegas leva em conta os lucros alcançados pela indústria com os embarques de suco. Desde o início do ano, o preço do suco aumentou 21,7% na Bolsa de Nova York. A queda dos estoques mundiais e o aumento da procura levou a indústria brasileira a ampliar seus embarques. As vendas externas de suco em maio aumentaram 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Alcançaram 112,7 mil toneladas, 20,6 mil toneladas mais que em igual período do ano passado.

O representante da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) nas negociações, Marco Antônio dos Santos, está convencido que será possível avançar nas negociações e obter uma oferta melhor de remuneração pela laranja na próxima reunião, já marcada para segunda-feira, em São Paulo, na sede da Faesp. Para ele, a entidade irá perseguir um acordo, porque é isso que os produtores desejam. "Estamos empenhados em obter o melhor resultado possível".

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Associtrus), Ademerval Garcia, acredita na possibilidade de um bom resultado. Garcia lembra que esta é a primeira vez em dez anos que indústria e citricultores se sentam à mesa para um entendimento. Para ele, é mérito do senador Aloízio Mercadante, que participa das negociações como mediador. Garcia diz que fica difícil fixar preço para a caixa da laranja num regime de livre concorrência. Por isso, segundo informa, só podem negociar ganhos extras decorrentes da alta dos preços internacionais para não serem acusados de formação de cartel.





Fonte: Clube do Fazendeiro

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