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Agronegócios
Sexta - 02 de Junho de 2006 às 15:26

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O Mata Boi, de Araguari (MG), é o primeiro frigorífico certificado com a linguagem Aus-Meat, reconhecida nos mais exigentes mercados em termos de qualidade e padronização de carne bovina, como EUA, Japão e Coréia do Sul. O frigorífico passou por mais de oito meses de auditorias e ajustes necessários. Andrew Little, diretor de operações da Aus-Meat, esteve no Brasil para a última avaliação e aprovação final do Mata Boi. Ele explica que com o processo realizado no frigorífico, a indústria brasileira dá início ao processo de padronização de cortes de carne e carcaças, o que deverá significar redução do número de reclamações dos clientes com produtos fora de padrão, um dos grandes problemas enfrentados pela indústria frigorífica.

A linguagem Aus-Meat agrega valor ao produtor, além de oferecer inúmeros benefícios no processamento e na comercialização da carne brasileira no mercado internacional. “A linguagem Aust-Meat permitirá uma melhor comunicação entre produtor e frigorífico, viabilizando o acesso às informações e aumentando a transparência junto aos nossos fornecedores”, comenta Murilo Dorázio, diretor-presidente do frigorífico Mata Boi. Segundo ele, “o Brasil torna-se uma referência mundial em relação à produção de carne bovina, destacando-se a excelente qualidade do nosso rebanho, bem como a eficiência de nossa indústria.”

Desde que se tornou parceira e responsável pela adaptação e implementação dos sistemas de certificação da Aus-Meat à realidade e condições brasileiras, a Brasil Certificação já realizou dezenas de certificações de processos de produção de animais a pasto (fazendas) e agora avança para os primeiros clientes na certificação de frigoríficos. Alexandre Martins, diretor executivo da Brasil Certificação, explica que a certificação frigorífica baseia-se no programa australiano AusMeat Language, voltado às indústrias, envolvendo a padronização internacional dos códigos e parâmetros técnicos envolvidos na produção de carne, que minimiza perdas e desperdícios, garantindo o rendimento justo da carcaça. “Fazem parte dos procedimentos a implementação de sistemas de certificação e audiagem dos padrões definidos, verificação e aferição periódica da balança, conversão das intenções de padronização e qualidade do setor em prática, treinamento dos envolvidos e sua capacitação para implementar e manter o sistema e o monitoramento da implementação, além da garantia do bom funcionamento dos processos nas empresas que utilizam o serviço, entre outros”, esclarece Martins.

“Embora cada frigorífico tenha suas necessidades específicas, a padronização de cortes de carne e carcaças é fundamental para a profissionalização do setor. No Brasil, a padronização dos cortes avança, mas há um longo caminho pela frente. É importante criar essa cultura na indústria brasileira de carnes, começando o trabalho desde o treinamento da mão-de-obra”, acrescenta Andrew Little. “Duas décadas atrás, a falta de padronização dos cortes das carnes bovinas exportados praticamente tirou a Austrália do comércio internacional. Hoje, a Aus-Meat certifica 100% dos frigoríficos exportadores de carne do país”, completa.

Alexandre Martins atenta ainda para o fato de que hoje, embora o Brasil seja líder nas exportações de carne bovina e tenha exportado duas vezes mais carne bovina que a Austrália no ano passado, a receita das remessas é três vezes menor do que a obtida pelos australianos.“A experiência da Austrália pode, sem dúvida, ajudar o Brasil a valorizar sua carne no exterior e a atender as exigências do mercado consumidor. Toda a cadeia produtiva é beneficiada com a padronização”, completa o diretor da Brasil Certificação.





Fonte: Clube do Fazendeiro

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