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Economia
Quinta - 01 de Junho de 2006 às 09:07

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Os produtores rurais, mais uma vez, conseguiram convencer o governo sobre a gravidade da crise na agricultura e obtiveram ontem, do ministro Roberto Rodrigues (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a garantia de que as discussões sobre o último pacote agrícola, anunciado na semana passada, serão reabertas para a inclusão de medidas emergenciais para socorrer o setor.

Na reunião de ontem na Comissão de Agricultura da Câmara, com a presença de parlamentares e dos ministros Roberto Rodrigues e Guido Mantega (Fazenda), os produtores manifestaram insatisfação com o último pacote agrícola.

“Mostramos aos ministros e deputados que o pacote frustrou as expectativas dos Estados produtores. E o governo reconheceu que o pacote contém graves falhas e precisa ser revisto”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Alves Pereira.

A reunião, segundo ele, foi positiva porque os produtores conseguiram fazer com que o governo retomasse o diálogo a respeito da crise na agricultura. “O ministro reconheceu que o pacote anunciado não atendeu o setor e que o governo precisa tomar medidas mais contundentes para socorrer a agropecuária brasileira, sob pena de paralisarmos a atividade já nesta safra”.

De concreto, foi constituído ontem um Grupo de Trabalho multidisciplinar, formado por representantes dos produtores, cooperativas, Comissão de Agricultura da Câmara e os Ministérios da Agricultura e Fazenda, para estudar medidas que possam ser inseridas no pacote. Os produtores serão representados pela Confederação Nacional da Agricultura e, as cooperativas, pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

O grupo de trabalho reúne-se na próxima sexta-feira, em Brasília, devendo concluir seus primeiros estudos até o dia 13.

Homero informou que a prorrogação das dívidas e a liberação do crédito para o novo Plano Agrícola (R$ 60 bilhões) são importantes, mas os produtores não abrem mão de medidas que contemplem a recuperação da renda, como a desoneração tributária sobre o óleo diesel, a liberação de importação de genéricos e agroquímicos, o cumprimento da Lei do Crédito Rural (preços mínimos compatíveis com os custos de produção) e empréstimos para o combate da ferrugem asiática da soja com juros diferenciados.

RENDA - Na avaliação dos produtores, o problema crucial dos produtores está na perda de renda. “Hoje os preços não cobrem sequer os custos de produção e plantar dá prejuízos”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Rui do Prado.

Ele advertiu que caso uma medida mais contundente para socorrer a agricultura não seja tomada urgentemente pelo governo, os produtores serão obrigados a desistir de plantar este ano.

Segundo o presidente da Famato, Famato, Homero Pereira, as medidas do último pacote agrícola resolvem apenas 30% dos problemas dos agricultores.

“Ainda assim não sabemos se as medidas serão eficazes e trarão todos os benefícios que o governo está anunciando. Na nossa opinião, as medidas são paliativas e o pacote e deixa o produtor ainda mais confuso em relação ao seu futuro”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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