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Nacional
Quinta - 01 de Junho de 2006 às 08:00

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Preso terça-feira dentro de clínica particular em Botafogo, o criminoso Nilson Duarte da Silva, o Pagodeiro, admitiu ontem, em conversa informal com policiais, que matava motoristas durante assaltos e dava ordens a comparsas para executarem as vítimas que esboçassem reação. Segundo investigações, para se livrar dos corpos de suas vítimas, o criminoso mantinha criação de mais de 100 porcos, onde jogava os mortos. "Dessa forma, ele sumia até com as ossadas, eliminando qualquer vestígio que pudesse incriminá-lo", disse um policial.

Apontado como o principal responsável por ataques a veículos em vias expressas e estradas do Rio, o bandido é citado em sete casos registrados por várias delegacias entre 2004 e este ano. Na conversa com os policiais, Pagodeiro negou ser traficante, dizendo ser apenas assaltante. A frieza do criminoso impressionou agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), responsáveis pela prisão. Ao ser pego, ele apresentou documentos falsificados.

Durante a apresentação de Pagodeiro, um sargento lotado no 3º GBM (Niterói) esteve na delegacia para tentar descobrir notícias sobre o paradeiro de seu irmão, desaparecido em novembro na Vila dos Pinheiros, Complexo da Maré. "Soube que meu irmão foi pego por traficantes e vim cobrar informações desse bandido", disse.

Apontado pela polícia como sucessor de Edmilson Ferreira da Silva, Sassá, líder do tráfico na Maré preso em novembro, Pagodeiro ficou pouco tempo no posto devido a uma briga com o chefão. Mas ele contou que continuou trabalhando para Sassá e que recebia R$ 4 mil por mês para transportar armas e drogas.

Ele confessou ainda que assaltou a casa de um delegado do Ibama com Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, morto em setembro, e dois menores. Cria da Favela Salsa e Merengue, na Maré, ele se escondia na Rocinha, reduto de Pedro Dom.

Os bandidos liderados por Pagodeiro costumavam atacar às quintas e sextas-feiras, entre 18h e 21h, com granadas e pelo menos seis fuzis. Os ataques a automóveis aconteciam nas linhas Amarela e Vermelha, rodovias Washington Luiz e Presidente Dutra, Ponte Rio-Niterói, Avenida Brasil e até Lagoa. O bando saía sempre pela Vila do João e voltava às vezes pela Vila dos Pinheiros.

Pagodeiro contou que era o responsável pela organização dos bondes e revelou como agia. Para abordar a vítima, emparelhava ou passava à frente do carro. Em seguida, os comparsas apontavam os fuzis, desciam, roubavam os pertences da vítima e fugiam no carro. Ele revelou também que algumas vezes o motorista nem tinha tempo de reagir porque o ataque era muito rápido.





Fonte: O Dia

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