SP é Estado com mais assassinatos de homossexuais
O estudo do GGB, que é mais antiga instituição do gênero no País, mostra que entre as vítimas 72% são gays, 25% travestis e 3% lésbicas. Para uma população estimada em 20 mil indivíduos, os travestis e transexuais são proporcionalmente mais agredidos que as lésbicas e gays, que, de acordo com a entidade, somam mais de 18 milhões de brasileiros, 10% da população.
"Ponta do iceberg" No Brasil registra-se um crime de ódio contra homossexuais a cada três dias, em uma média de 100 homicídios anuais. A partir de 2000 essa média vem aumentando: 125 crimes por ano, sendo que em 2004 atingiu o recorde: 158 homicídios. Em 2005, os assassinatos de homossexuais caíram pela metade, com 81 casos. Segundo o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB e responsável pela pesquisa, os números são apenas a ponta de um "iceberg de ódio e sangue". "Não estamos sendo vítimas nem exagerando ao indicar que certamente todo dia ao menos um homossexual é assassinado no Brasil, embora tais informações nem sempre cheguem até os militantes", diz Mott.
A maioria das vítimas foi assassinada a tiros, seguida de facadas, incluindo pedradas, asfixiamento, pauladas, enforcamento. Os crimes acontecem principalmente nos fins de semana de madrugada. O estudo mostra que o travestis são assassinados nas ruas, os gays, dentro de seus apartamentos. As idades das vítimas variam de 12 a 82 anos.
A partir de 2000, São Paulo é o Estado que registra o maior número de assassinatos de homossexuais: 21 por ano. Mais preocupante, porem, é Pernambuco, que, com uma população cinco vezes menor, contabilizou no mesmo período 16 crimes homofóbicos anuais. Na Bahia, Goiás e Rio de Janeiro ocorre em média um crime homofóbico por mês. Essas estatísticas, contudo, apresentam enorme oscilação: O Distrito Federal, que em 2001 registrou 11 homossexuais assassinados, em 2004 teve apenas um e nenhum em 2005. Não há informação sobre crimes homofóbicos em 7 Estados, sobretudo no extremo norte.
Para o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, o governo federal deve criar políticas públicas para os homossexuais, assim como uma legislação específica, como a lei de racismo. "Temos que disciplinar o comportamento do cidadão em relação aos homossexuais", conclui Marcelo.
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