Paralisação nacional atinge Trabalho, Tesouro e Gestão

Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar aumento para mais de 200 mil servidores e propor um plano unificado de salários para os três Poderes, servidores públicos federais realizam paralisação nacional de 24 horas. Aderiram à paralisação os funcionários que trabalham nas áreas de fiscalização, arrecadação, previdência e gestão. Ontem, funcionários da Previdência e Saúde iniciaram greve de 72 horas deixando de atender nos postos do INSS.

Segundo a direção da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacom), o movimento iniciado hoje conseguiu atingir 80% dos funcionários do Tesouro Nacional em Brasília. Só está funcionado o leilão dos títulos da dívida pública seguindo acordo feito com a Secretaria do Tesouro.

A paralisação afeta também os fiscais do Trabalho e da Previdência. Segundo o diretor da Unacom, Fernando Antunes, dez delegacias regionais do trabalho (DRTs) não estão funcionando no País. Na Controlagoria Geral da União em Brasília, a paralisação alcançou 70%. Nos Estados, a adesão é menor, de 40%. Entre os funcionários do orçamento, a paralisação alcança 50%.

Os manifestantes devem realizar manifestação conjunta na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Eles pedem que o governo retome as negociações para discutir a valorização dos servidores públicos destas carreiras. Os representantes do movimento aguardam abertura de negociação com o governo federal.

As entidades, que representam mais de 70 mil servidores, criaram no último dia 17 o Movimento Nacional em Defesa do Estado Brasileiro.

Plano unificado Sobre o anúncio da proposta de plano unificado para os servidores do Judiciário, Legislativo e Executivo, o diretor da Unacom afirma que se tratou de tentativa de Lula de barrar o andamento do plano de carreira do Judiciário. Ele defende que proporcionalmente o governo Lula está gastando menos que a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.