Subúrbios de Paris vivem segunda noite de violência
Seis policiais ficaram levemente feridos e 13 pessoas foram presas na noite deste terça-feira e na manhã de hoje, segundo a polícia.
Na noite anterior, cerca de 150 jovens armados com tacos de beisebol se confrontaram por cerca de quatro horas com 250 policiais em Montfermeil, ao norte de Paris. Os jovens também quebraram janelas e danificaram dois postos de gasolina.
Nove policiais se feriram ao tentar dispersar o grupo com balas de borracha. Após a violência de segunda-feira, dezenas de policiais foram para as ruas em Montfermeil, 15 quilômetros ao leste de Paris, e no subúrbio vizinho de Clichy-sous-Bois --cenário dos violentos confrontos do ano passado. Um helicóptero sobrevoava a região.
Na noite de ontem, ao menos 15 pessoas atiraram contra a polícia em Clichy-sous-Bois e um grupo de 30 jovens atirou pedras contra a delegacia de Montfermeil.
Um coquetel molotov foi lançado contra um carro de polícia, deixando-o em chamas. Os policiais que estavam dentro do veículo conseguiram sair, mas um deles sofreu ferimentos leves.
Ao menos 12 carros foram queimados até a polícia conseguir conter os distúrbios. Nos confrontos do ano passado, mil carros chegaram a ser queimados em uma noite.
Agressão
O estopim dos confrontos de segunda-feira em Montfermeil foi a prisão de um suspeito de agredir um motorista de ônibus no início deste mês.
De acordo com o jornal parisiense 'Le Monde', cerca de cem jovens atacaram a casa do prefeito do distrito, Xavier Lemoine, xingando-o e atirando pedras contra as janelas.
Segundo o jornal, a casa do prefeito foi alvejada depois que ele tentou ajudar um motorista de ônibus que estava sendo assaltado por um grupo de jovens, que o reconheceram.
Críticas
O prefeito causou polêmica no mês passado ao criar uma lei que proíbe adolescentes de se reunirem em grupos no centro da cidade sem a supervisão de um adulto. A decisão foi revogada por uma corte judicial.
Montfermeil é vizinho à Clichy-Sous-Bois, onde os confrontos de novembro de 2005 tiveram início. Em três semanas de confrontos, cerca de 9.000 veículos foram queimados e dezenas de prédios públicos e comércios foram depredados em toda a França.
O governo declarou estado de emergência para conter os piores distúrbios no país em 40 anos.
O líder do Partido Socialista --de oposição--, Francois Hollande, acusou hoje o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, de "não fazer nada" para conter a violência. "Nós temos a dolorosa impressão de que nada foi feito desde os distúrbios ocorridos no ano passado", disse Hollande.
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