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Agronegócios
Quarta - 31 de Maio de 2006 às 08:14

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Lideranças produtoras de Mato Grosso reúnem-se hoje pela manhã com ministros da área econômica e parlamentares na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, para cobrar a aplicação do pacote agrícola anunciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no final da semana passada. No período da tarde, eles se reúnem na Confederação Nacional da Agricultura (CNA) com agricultores de outras regiões do país para avaliar o encontro e definir os novos critérios de mobilização.

“Queremos, efetivamente, que o governo aplique as medidas anunciadas para que o pacote não fique só no papel, como das outras vezes”, afirma o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Homero Pereira, lembrando que uma nova estratégia de mobilização já está sendo preparada para os próximos dias. v “Por enquanto, a nossa orientação é para que os produtores suspendam os bloqueios nas rodovias. Não podemos, entretanto, impedir que manifestações isoladas ocorram em alguns municípios, pois é uma decisão local e temos que respeitar o sentimento das pessoas”, frisou Homero Pereira.

Segundo ele, os produtores vão aproveitar a reunião na Comissão de Agricultura para cobrar dos parlamentares o engajamento deles no esforço de tirar o agronegócio da crise. “Dos ministros, vamos solicitar a agilização e implementação das medidas, pois já estamos próximos do novo período de plantio e ainda não conhecemos os detalhes das medidas”, frisou.

Dentre as medidas anunciadas pelo governo, destacam-se a liberação de R$ 50 bilhões para o novo plano de safra, a ampliação do prazo de até 180 dias para cobrança administrativa da dívida vendida nos bancos, a destinação de R$ 2,8 bilhões para comercialização e sustentação de preços e R$ 10 bilhões para a agricultura familiar, além do refinanciamento das parcelas vencidas do Pesa e da securitização, com juros de 8,75% e prazo de quatro anos para pagamento e a expansão da linha FAT Giro Rural para R$ 4 bilhões e ampliação do prazo de pagamento para até cinco anos, com até dois anos de carência.

GARANTIA DE PREÇOS - O secretário de Política Agrícola do Mapa, Ivan Wedekin, informou ontem que a alteração na política de garantia de preços está entre as principais ações estruturais para o agronegócio, anunciadas na semana passada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

De acordo Wedekin, pela primeira vez os leilões de Prêmio de Risco de Opção Privada (PROP) começarão antes do plantio, aumentando assim a previsibilidade do produtor rural quanto ao seu fluxo financeiro futuro. Pretende-se também realizar um conjunto de lançamentos de contratos de opções de vendas e de compra.

“Antes de o produtor plantar, ele já terá garantido um nível de preço para a colheita que vai acontecer entre fevereiro e abril do ano que vem, permitindo um melhor planejamento”, explicou.

A idéia do governo é fazer leilões em julho e agosto deste ano. Somente em 2006, o governo disponibilizou R$ 2,6 bilhões para apoiar a comercialização da safra de grãos e elevar os preços no mercado, sendo R$ 1 bilhão específico para a soja.

PLANO DE SAFRA – Ivan Wedekin lembrou que o crédito destinado ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para a safra 2006/07 (R$ 60 bilhões) é um dos maiores dos últimos anos, 12,5% a mais que o valor programado para a safra passada (R$ 53,3 milhões). Além disso, a participação dos recursos a taxas controladas no volume total de crédito para custeio e comercialização passou de 63% para 73%. “É dinheiro mais barato para o produtor”, acrescentou.

Outra medida importante, segundo o secretário, é a prorrogação automática pelo prazo de quatro anos, de parte dos créditos de custeio da safra 2005/06. O montante que será prorrogado irá variar em função da região e do produto.





Fonte: Diário de Cuiabá

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