Orientadores evitam fuga no Pomeri
Os orientadores, então, deram volta e no interior da cela, apreenderam um eixo de ventilador e uma barra de ferro usados para fazer o buraco, além de uma “mariatereza” (corda artesanal confeccionada com pedaços de lençóis e camisetas).
Segundo policiais da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), caso os orientadores não localizassem o buraco, mais de 10 infratores poderiam fugir. “Da cela, eles ganhariam o muro e jogariam a mariatereza para subir no muro de mais de três metros. Com certeza, dezenas deles fugiriam”, observou um policial plantonista. Os materiais foram apreendidos e levados para a Delegacia.
Na parte da manhã, os adolescentes foram ouvidos pelo delegado Adalberto Oliveira, da DEA. O garoto de 17 anos alegou que estava cavando a pedido do colega, pois temia represália. “Fiquei com medo de acontecer alguma coisa. Eu não queria fugir. Só tava ajudando o colega”, assegurou o infrator.
O outro adolescente negou estar escavando. Disse que estava dormindo e acordou com o barulho dos orientadores na cela procurando o local da escavação.
Os garotos não souberam explicar como conseguiram a corda artesanal. “Essa mariatereza estava com uma garrafa plástica com água na ponta. Era só jogá-la que conseguiriam firmeza para poder escalar o muro”, explicou um policial.
Como eles perfuraram a parede, os dois infratores assinaram um termo circunstanciado de dano ao patrimônio público. Posteriormente, a instituição poderá cobrar o prejuízo dos pais dos adolescentes. Para evitar que continuem a escavação, os garotos retornaram ao Centro Acautelatório, mas foram trocados de cela.
As fugas no Pomeri estão cada vez mais raras. A última ocorreu em outubro do ano passado e mesmo assim durante o trajeto do Centro de Internação até a Vara da Infância e Juventude, que funciona num prédio em anexo.
Na ocasião, três adolescentes estavam na cela porque seriam levados para a audiência. No momento em que um dos orientadores abriu o portão, os três garotos o empurraram e correram em direção ao muro lateral. Os dois infratores são considerados de alta periculosidade e ainda não foram recapturados.
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