Calçadistas pedem dólar entre R$ 2,10 e R$ 2,30
"Por causa dessas disparidades, não conseguimos competir no exterior", afirmou, lembrando que, somada à concorrência dos importados no mercado interno, a queda nas exportações coloca novamente o setor em um de seus piores momentos. Para o calçadista, o setor revive o ano de 1994, quando o plano real desencadeou uma das piores crises entre os fabricantes - que só conseguiam se recuperar em 2002.
Em 2004, as exportações chegaram ao pico de 212 milhões de pares, mas em 2005, foram 189 milhões. E nos quatro primeiros meses deste ano, foram embarcados 70,4 milhões de pares ante o mesmo período do ano passado. A Abicalçados avalia que o recuo continuado é resultado do aumento do preço do produto brasileiro, que limita a entrada do calçado em países em que o Brasil sempre foi tradicional fornecedor, como os Estados Unidos.
Ano a ano, os norte-americanos reduzem o percentual de compras do calçado brasileiro. Há alguns anos, os Estados Unidos absorviam mais de 80% das exportações. A parcela caiu para 50% em 2005 e, de janeiro a abril deste ano, está em 44%. "A China passou a tomar esta fatia e sem uma política clara de exportação, nós não teremos como recuperá-la", disse Klein.
Reunião Os calçadistas, liderados pela Abicalçados, se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro do ano passado com uma pauta de reivindicações para retomar a competitividade do setor. A entidade reconhece que vários esforços têm sido realizados, como a agilização dos repasses dos créditos de PIS e Confins para as empresas exportadoras e a atenção da Receita Federal e da Secretaria de Comércio Exterior para fiscalizar a entrada de sapatos subfaturados do Exterior.
No próximo dia 5, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, assina a criação de uma linha de crédito de R$ 400 milhões com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, por meio do Banco do Brasil, que auxiliará indústrias com problemas de capital de giro.
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