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Economia
Terça - 30 de Maio de 2006 às 16:42

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O empresário Eike Batista está se despedindo da Bolívia.Ele confirmou a venda de sua participação de 7,5% na mina de prata Apex Silver Mines, no país, por US$ 103 milhões.

Já iniciou conversas com o Itamarati que, segundo ele, vai lhe garantir " um salvo conduto " para retirar a siderúrgica da EBX em construção na localidade de Puerto Quijarro, próxima da fronteira com o Brasil.

" A operação de desmonte deve começar em um mês " , disse.

A usina começou a ser montada em julho de 2005, antes mesmo de ter licença ambiental.

O projeto previa a instalação de quatro alto fornos movidos a carvão vegetal para produção de ferro-gusa, mas não recebeu licença de operação do governo de Evo Morales.

A fábrica tem um alto forno pronto e outro em fase de instalação.

Os planos de Batista de negociar com representantes de Morales a transferência do controle da usina para empresas bolivianas ruiram, porque empresários locais, interessados no negócio, manifestaram desejo que sua empresa operasse a siderúrgica, o que o levou a desistir de ser minoritário no empreendimento.

" O problema da venda do controle implica em que a parte operacional tem que ser minha e eu não quero prestar serviço num negócio que não é meu.

Não terceirizo know-how de negócio que não tenho 100% " , afirmou.

A idéia de Batista é transferir parte da usina para o projeto de uma nova unidade de ferro-gusa que seu grupo, por meio da MMX, tem na região de Corumbá (MS), caso consiga tirá-la da Bolívia.

O projeto de Corumbá prevê produção de 370 mil toneladas ao ano de ferro-gusa para vender a aciarias brasileiras e exportar por balsa através do rio Paraguai.

A EBX já deu entrada no pedido de licença ambiental dessa unidade em abril de 2005.

Há um ano atrás foi apresentado no Ibama o projeto básico de engenharia para esse projeto de Mato Grosso do Sul. Em 4 de maio, foi feita uma audiência pública, apresentando o projeto à comunidade, que tem alguma reticências a possíveis impactos ambientais na região do Pantanal.

A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul está examinando o projeto para decidir sobre a concessão da licença ambiental.

A questão mais delicada é a produção do carvão vegetal.

" Não há hipótese de produzirmos carvão no Pantanal " , disse Adriano Vaz, responsável pela área de meio ambiente da EBX.

" Vamos produzir carvão entre Ribas do Rio Pardo e Dois Irmãos, a 200 km do Pantanal, onde a Vale do Rio Doce e a International Paper têm florestas.

" Ele disse que uma opção é comprar de carvoeiras legalizadas, com certificado do Ibama, que produzem nessa região 500 mil toneladas por ano.

A usina consumirá 170 mil.

Outra solução é adquirir no estado floresta pronta da Vale ou do grupo Ramirez.

Sobre a jazida boliviana de ferro Mutúm, disse: " Entramos na licitação no início de 2004 e saímos três meses atrás.

Já temos em produção nossa mina no Brasil e Mutúm tem minério de baixa qualidade " .





Fonte: valor Ecônomico

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