Curso de operadores de máquinas retorna a Campo Verde, com 120 participantes
No ano passado, 111 trabalhadores fizeram o curso em Campo Verde e o grau de satisfação dos produtores rurais locais com a mão-de-obra qualificada pelo Governo levou o prefeito Dimorvan Brescacim a procurar a secretária Terezinha Maggi e solicitar que o treinamento fosse ministrado novamente na cidade.
Este ano o número de alunos superou os de 2005. São 120 pessoas que participam das aulas, ministradas no Parque de Exposições do município, até o dia 06 de junho, quando se encerra o curso de operadores de máquinas e implementos agrícolas. O treinamento teve início dia 24 de maio e inclui aulas teóricas e práticas sobre preparo de solo, plantio, operação e manutenção de tratores, colheita de algodão, saúde e segurança no trabalho, uso correto e seguro de produtos fitossanitários e do equipamento de proteção individual do trabalhador (EPI), ética e cidadania e noções sobre previdência e legislação trabalhista. Além deste conteúdo, que é aplicado a todos os alunos, os 30 melhores recebem ainda um curso extra de aplicação de defensivos agrícolas por georeferenciamento e noções de GPS.
O público beneficiado este ano é composto grande parte por trabalhadores rurais desempregados e moradores da região de Campo Verde, mas há um aluno de Cuiabá, que teve conhecimento do curso em um evento que a Setecs participou no início ano do ano, na praça da República. Gustavo Monforte, de 21 anos, foi aluno de escola agrotécnica e viveu grande parte da infância e adolescência em fazenda. Quando soube que o Governo estava oferecendo o curso na área agrícola foi atrás e não mediu esforços para participar do treinamento em Campo Verde. “Sempre gostei de trabalhar no campo, mas nunca tinha participado de um curso específico na área. Estou aproveitando esta oportunidade e me aperfeiçoando mais. O curso é excelente e estou conseguindo obter o conhecimento necessário para desenvolve um bom trabalho na fazenda”, disse o aluno.
Assim como Gustavo, o senhor Cândido Luciano Poletto, de 47 anos, nunca havia participado de um curso na área agrícola. Apesar de trabalhar no campo há mais de 14 anos, o senhor Cândido não detinha conhecimentos técnicos sobre máquinas e implementos agrícolas. “Agora estou tendo a oportunidade de agregar o conhecimento que eu tenho da prática no campo com a teoria que está sendo repassada pelos instrutores. Acredito que isso facilitará muito pra mim na hora de pleitear uma vaga de emprego. O produtor rural está cada vez mais exigente e o trabalhador capacitado tem mais chances do que um que não vai atrás do conhecimento”, afirmou.
Em Campo Verde, os alunos recebem aulas ministradas por instrutores das empresas Case New Holland, Semato, John Deere, Massey Ferguson, que não medem esforços para repassar o conteúdo do treinamento e sanar dúvidas. Alguns destes professores vieram de outros Estados para ministrar o curso.
Segundo uma das coordenadoras do curso, a assessora da Setecs, Luciane Breus, os alunos foram divididos em 4 turmas, com 30 alunos cada. “Procuramos avaliar o grau de conhecimento de cada um para então dividi-los em turmas. Desta forma, nós conseguimos reunir aqueles que já tinham alguma experiência, aqueles que detinham um conhecimento médio do assunto e aqueles que não tinham conhecimento nenhum. Assim, os professores conseguem nivelar as turmas e o aproveitamento dos alunos também é muito melhor”.
Os custos para realização dos cursos são divididos entre o Governo do Estado, as empresas parceiras, prefeituras e sindicatos rurais. Cada treinamento custa em média R$ 75 mil, uma despesa aproximada de R$ 626 por aluno. Nestes custos estão incluídas as despesas com instrutores, material didático, utilização de máquinas e implementos para as aulas práticas, combustível para o funcionamento dos equipamentos, alimentação dos treinandos e outros gastos.
Em Campo Verde, o Governo conta com a parceria da Prefeitura, por meio das Secretarias Municipais de Ação e Promoção Social e de Agricultura, do Sindicato Rural e das concessionárias de máquinas locais.
São parceiros no projeto as empresas Valtra, AGCO (Massey Ferguson), John Deere, CNH (Case e New Holland), Solo Vivo Fertilizantes, Jacto, Indústria Aeronáutica Neiva, Basf, Tatu Marchesan, Semeato, Empaer, sindicatos rurais e prefeituras municipais.
Em três anos de projeto, o curso de operadores de máquinas e implementos agrícolas já qualificou 3.012 trabalhadores, em 21 municípios de Mato Grosso, mudando a vida de pessoas que antes viviam no campo, mas não tinham condições de disputar as boas vagas de emprego pela falta de capacitação.
Emprego
Para todos os alunos que participam do curso de operadores de máquinas e implementos agrícolas em Campo Verde a expectativa maior é com a possibilidade de conseguir um emprego ao final do treinamento. No ano passado, uma grande parte dos alunos que fizeram o curso no município conseguiram uma oportunidade de trabalho antes mesmo de pegaram o diploma.
Com a crise que assola o agronegócio em Mato Grosso, reduziu muito a contratação de trabalhadores nos campo. Campo Verde é uma cidade que sofre com esta crise. Essencialmente agrícola, o município vive atualmente um momento de poucos empregos no campo e o reflexo de tudo isto pode ser observado nas ruas e no comércio local, com pouco movimento e queda nas vendas.
Mesmo com todos estes problemas, os proprietários rurais sabem da necessidade de ter profissionais qualificados para aturam nas fazendas. “Se antes eles contratavam muitas pessoas, atualmente eles estão reduzindo pela metade e procuram os melhores. Daí a importância de estar pronto para esta oportunidade de emprego”, destacou a coordenadora do treinamento, Luciane Breus.
Ainda esta semana, ela agendou visitas às principais fazendas da região para apresentar o projeto e disponibilizar a mão-de-obra que está sendo capacitada pelo curso. A prefeitura e o sindicato rural da cidade também já se colocaram a disposição para ajudar na divulgação desta lista de trabalhadores qualificados.
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