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Internacional
Segunda - 29 de Maio de 2006 às 21:27

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Setenta e cinco prisioneiros da base dos Estados Unidos em Guantánamo estavam em greve de fome na segunda-feira, disse uma fonte oficial das Forças Armadas.

Desde agosto, um pequeno grupo já recusava alimentação e vinha recebendo comida contra a vontade. O comandante Robert Durand, porta-voz da operação de detenção de Guantánamo, chamou a greve de fome de uma tentativa dos prisioneiros de chamar a atenção da imprensa e pressionar os EUA a libertar os cerca de 460 prisioneiros mantidos no local como combatentes inimigos.

Os prisioneiros são considerados oficialmente em greve de fome quando recusam nove refeições seguidas, e a maioria dos 75 atingiram essa marca no domingo, disse Durand. A maior parte deles não está comendo, mas continua tomando líquidos, afirmou ele.

Um dos novos adeptos do movimento está sendo alimentado por meio de uma sonda que vai do nariz ao estômago, assim como três outros que estão em greve de fome desde 8 de agosto, disse o comandante.

Já houve vários episódios esporádicos de greve de fome na base desde que os primeiros suspeitos começaram a ser detidos no local, em 2002. Para Durand, o movimento atual pode estar ligado a uma série de audiências marcadas para junho nos tribunais de crimes de guerra de Guantánamo, que são formalmente chamados de comissões.

"Essa nova greve de fome provavelmente é um esforço coordenado, mas de curto prazo, programado para coincidir com as audiências das comissões militares marcadas para as próximas semanas, já que os advogados de defesa e a imprensa costumam viajar para Guantánamo para observar o processo", afirmou Durand em um email.

Ele disse que o movimento também pode ter relação com um incidente ocorrido no dia 18 de maio, quando dois detentos tentaram se suicidar tomando uma overdose de remédios. Vários outros prisioneiros atacaram guardas que tentaram impedir uma outra suposta tentativa de suicídio por enforcamento, que se comprovou falsa.

Os dois presos que tentaram se matar com remédios continuam em observação num hospital dentro do centro de detenção, mas devem se recuperar, afirmou Durand.

Grupos de defesa dos direitos humanos há muito criticam os longos períodos em que os presos ficam detidos sem acusação formal na base. O presidente George W. Bush disse recentemente que gostaria de fechar Guantánamo, mas autoridades de seu governo afirmaram que muitos dos prisioneiros detidos ali são homens perigosos que precisam ficar presos, se não na base, em outro local.

Autoridades militares disseram que 287 prisioneiros de Guantánamo já foram libertados ou transferidos para outros governos, e há negociações em andamento para devolver outros 100 para seus países de origem.





Fonte: Reuters

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