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Polícia Brasil
Segunda - 29 de Maio de 2006 às 13:46
Por: Patrícia Neves

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Pelo menos 50 pessoas serão denunciadas (acusadas formalmente) pelo Ministério Público Federal esta semana por crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em processo de licitação, crimes contra ordem tributária e formação de quadrilha no escândalo batizado de "Máfia das Sanguessugas" que envolve parlamentares e assessores da Câmara e Senado Federal e culminou com a decretação da prisão de 54 pessoas ligadas ao esquema de venda de unidades de saúde (ambulâncias) superfaturadas. À exceção das denúncias fica por conta de quatro pessoas que foram presas no dia 4 de maio - data em que a operação policial foi desencadeada - e liberadas 2 dias depois porque foi constatado que elas foram usadas como "laranjas".

Este é o caso de um taxista, um office boy e 2 mulheres que tiveram empresas abertas em nome delas que atuavam em processos irregulares de licitações.

A acusação será representada pelos procuradores da República, Mário Lúcio Avelar e Paulo Gomes. No total 129 inquéritos foram instaurados pela Superintendência da Polícia Federal em Cuiabá que apurou a venda de ambulâncias superfaturadas em 7 estados do país. As "sanguessugas" movimentaram entre 2001 e 2005 pelo menos R$ 110 milhões.

Confusão - Dezesseis pessoas continuam sendo procuradas pela Polícia Federal. A informação do plantão da Polícia Federal na tarde de ontem era a de que nenhum dos sanguessugas foragidos havia sido preso ou se entregado.

No último dia 23, por determinação do Tribunal Regional Federal (TRF), os 44 sanguessugas presos desde o dia 4 de maio foram colocados em liberdade. A 3ª Câmara do TRF acatou pedido de liminar e considerou que por envolver deputados não caberia à Justiça Federal decretar prisões. Menos de 17 horas após a libertação, a ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, mandou que todos voltassem a prisão.

Na prática, isso significa que a PF teve de fazer o mesmo trabalho duas vezes. Os custos com a segunda operação para levar a cadeia os envolvidos ainda não foram contabilizados.

Atuação - A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu investigar na semana passada 16 dos 63 deputados mencionados nas investigações da Polícia Federal. A ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino (recapturada em Cuiabá e presa na penitenciária feminina do Pascoal Ramos), apresentou uma lista com os nomes de 283 parlamentares envolvidos com a Planam Representações, empresa apontada como responsável pelo esquema de fraude nas licitações de venda de ambulâncias.





Fonte: A Gazeta

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