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Segunda - 29 de Maio de 2006 às 10:01

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A maioria das pessoas mortas pela polícia em São Paulo durante a onda de ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) morta por tiros disparados de cima para baixo, segundo rascunhos de laudos feitos pelo Instituto Médico Legal (IML). Disparos deste tipo sugerem que a vítima foi atingida quando estava rendida, de joelhos ou no chão. A conclusão da ocorrência de abusos por parte de policiais, entretanto, depende de mais investigações e outros documentos.

Segundo relata nesta segunda-feira o jornal Folha de S. Paulo, o IML Central de São Paulo selecionou aleatoriamente necropsias de 132 pessoas mortas por arma de fogo no período e entregou na semana passada os rascunhos ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). O conselho, por sua vez, repassou os documentos para a análise do Ministério Público e da Defensoria Pública.

Dos 28 civis mortos pela polícia, 22 (78%) foram atingidos por tiros com a trajetória de cima para baixo, segundo mostram os documentos. No total, os 28 mortos receberam 87 disparos. Desses, 44 tiros foram feitos de cima para baixo. Os rascunhos do IML também apontam que, das pessoas mortas pela policia, duas foram atingidas com tiros pelas costas e mais três tiveram ferimento à bala nos braços, o que pode indicar um gesto de defesa da vítima, supostamente dominada.

Policiais mortos Nove casos de policiais mortos em ataques do PCC foram localizados pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo entre os 132 rascunhos de laudos do IML. A perícia atesta a violência dos ataques e confirma os relatos de que os agentes foram pegos desprevenidos. Em oito casos, os policiais receberam tiros na cabeça. Em dois, no rosto. Outros três foram vítimas provavelmente de espingarda calibre 12, cujo tiro causa vários ferimentos no corpo. "Verifica-se que a quantidade de lesões de arma de fogo nos policiais é muito maior do que em civis. Além disso, há prevalência de lesões na cabeça e com arma de grosso calibre", diz o subdefensor público do Estado, Pedro Giberti, à Folha.





Fonte: Terra

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