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Irene Ravache comemora popularidade de Katina em "Belíssima"
Irene Ravache é do tipo de pessoa que adora um bom bate-papo. Articulada e de gestos expansivos, ela é dona de um vasto repertório de boas histórias, que costuma contar com a riqueza dos mínimos detalhes. No ar como a igualmente bem falante Katina Güney em Belíssima, da Globo, a atriz esbanja bom-humor e mostra-se bastante satisfeita com o atual momento profissional.
Com 41 anos de carreira na tevê - estreou com uma participação na novela Paixões de Outono, na Globo, em 1965 -, Irene comemora a oportunidade de fazer sua terceira novela escrita pelo autor Silvio de Abreu. "Ele é um garoto na hora de escrever. Além do humor, 'imprime' uma visão pouco maniqueísta nos seus personagens", derrete-se.
A atriz confessa que se diverte um bocado com as engraçadas histórias da família meio turca, meio grega, onde divide boa parte das cenas com o também experientíssimo Lima Duarte, que vive o Murat, marido de Katina. Para Irene, a personagem parece ter realmente caído nas graças do público.
"Sinto isso nas ruas. As crianças e os adolescentes, principalmente, me abordam e sempre repetem o 'pá, pá, pá' da personagem, por exemplo. Acho que é uma prova de que estou fazendo um bom trabalho", pondera, com um indisfarçável brilho de orgulho no olhar. Leia a seguir a entrevista com a atriz:
P - Como aconteceu com a Dona Lola em Éramos Seis e a Eleonor em Suave Veneno, mais uma vez você interpreta uma matriarca de personalidade forte. O que mais lhe agrada em personagens com esse perfil?
R - Assim como a Dona Lola e a Eleonor, a Katina é uma mãe muito acolhedora. São verdadeiras "galinhonas", que estão sempre querendo colocar os "pintinhos" debaixo de suas asas. São mulheres agregadoras, que sabem ouvir. A Katina, por exemplo, convive com facilidade com todos da casa, com os filhos, netos e os ex-maridos da filha. Ela tem essa capacidade de se dar bem com todo mundo, tem jogo de cintura. A Katina, aliás, tem gerado a mesma repercussão da Dona Lola, uma personagem que marcou muito. Até hoje as pessoas ainda se lembram dela, uma "mãezona", o que é ótimo. O mesmo, contudo, não aconteceu com a Eleonor, que, apesar da personalidade forte, não despertou a simpatia do público. Mas as três têm características que as deixam muito parecidas: são mulheres fortes.
P - Quais foram os cuidados para não fazer da Katina uma grega caricata? R - Observei e convivi um pouco com senhoras gregas que já moram há muitos anos no Brasil. Tentei fazer a Katina através dessa observação. Em princípio, a Denise Saraceni não queria sotaque carregado. Fui, então, buscar o que essas gregas não perderam ao longo do tempo. Percebi que, assim como acontece também com qualquer estrangeiro, elas têm dificuldade de pronunciar palavras com til. Além disso, não têm o nosso gê, que vira zê. O xis tem o som de dois ésses. São detalhes que não perderam. Também pronunciam algumas palavras misturando português com o idioma de origem, criando diminutivos que não existem no grego. Esses foram os principais cuidados que tive. Mas também percebi que são muito emotivos e as famílias são muito dramáticas.
P - Você considera a família Güney uma espécie de "versão grega" da família Silva, do seriado A Grande Família?
R - As famílias latinas e mediterrâneas, em geral, têm características muito peculiares e bem parecidas. São emotivos demais da conta, como eu disse, e fazem drama por qualquer coisa. Todos se envolvem intensamente, mesmo que seja uma questão muito pequena. Fazem aquela algazarra por motivos simples, pequenos. Não sei se isso acontece com a família sueca, a japonesa. Mas a família Güney tem muito, sim, da família Silva. São muito próximas. É uma pena que esteja chegando ao final da novela, pois é uma família muito divertida.
P - Na reta final, qual balanço faz da novela? R - Gosto de fazer as novelas do Silvio de Abreu. Além disso, estou tendo a oportunidade de ser dirigida pela primeira vez pela Denise Saraceni. Queria trabalhar com ela há muito tempo. Tentamos anteriormente, mas não foi possível. Às vezes fico quatro anos em cartaz com uma peça e não faço tevê. Finalmente consegui. Quando o Silvio me disse, em agosto de 2004, que estava escrevendo a novela e que teria a direção dela, praticamente topei na hora. Me programei para deixar os palcos e me dedicar à novela. Não sabia nada da minha personagem, mas já achava que estava de bom tamanho, pois tinha a garantia de uma direção caprichada, bonita. Depois fiquei surpresa com o elenco que iria participar. Foi muito bem escalado. Quando ele foi me falando quem iria trabalhar, achei que ele tinha exagerado na dose, tamanha a quantidade de gente muito boa. Estou tendo a sorte de fazer a novela e de participar de um núcleo tão bom.
P - A Katina, por sinal, marca sua terceira novela com o Silvio de Abreu. O que você mais aprecia no texto dele?
R - O Silvio é um garoto na hora de escrever novela. É divertido, tem um humor muito bom. Além do humor, ele tem uma visão pouco maniqueísta e moralista dos personagens que cria. Fiz Sassaricando, na Globo, com a engraçada personagem Leonora Lammar. Depois estive no "remake" de Éramos Seis, no SBT, que era uma adaptação dele e do Rubens Ewald Filho e na qual eu interpretava a Dona Lola. Éramos Seis foi, por sinal, uma ótimo período do SBT. Foi a época em que o Nilton Travesso teve carta branca para fazer um bom trabalho na emissora. Infelizmente, as eminências pardas tomaram conta do núcleo de teledramaturgia do SBT e só fizeram bobagens. Atrapalharam o desenvolvimento do núcleo.
P - As "bobagens" a que você se refere são os teleteatros? R - Sem dúvida. Foi uma coisa desastrosa, horrorosa. Era muito ruim. Acho que não deveria ter sido feito por ninguém. Mas, como estávamos obrigados por contrato, tivemos de fazer. Foi um verdadeiro desperdício com todos os atores talentosos do elenco. Poderiam ter feito coisas boas com aquele elenco, mas resolveram fazer aquilo. Tivemos bons teleteatros na década de 60 e 70, que poderiam ter sido realizados no SBT. Mas a emissora resolveu colocar, na verdade, uma radionovela, que não deu nada certo. Foi uma pena.
P - Ao sair do SBT, após uma rápida passagem pela Globo, onde fez Suave Veneno, você se mudou para a Record. Como foi a experiência de trabalhar em Marcas da Paixão, em 2000?
R - Fui chamada para inaugurar o núcleo de teledramaturgia da Record. Aliás, já fui chamada para inaugurar muitas coisas. Inaugurei dois teatros e dois núcleos de emissoras, com o SBT e a Record. Foi um bom trabalho na Record, mas que não vingou, infelizmente.
P - Dentre tantos trabalhos na tevê, é possível eleger o que mais gostou? R - É difícil eleger um personagem na vida. Posso apontar momentos muito bons na minha carreira. O primeiro deles foi ter feito Beto Rockfeller, da extinta Tupi, que mudou a história da teledramaturgia. Era a irmã do personagem do Luiz Gustavo. Era uma época difícil, pois tínhamos a censura e minha personagem era apaixonada por um homem casado, que era interpretado por Walter Forster. Ela não podia nem receber um beijo no rosto por causa da censura. O mais interessante na novela é que ela mudava o conceito do herói que a tevê estava acostumada a ver. O Beto Rockfeller era o verdadeiro anti-herói, que queria levar vantagem em tudo. Outros bons momentos foram quando fiz A Viagem e O Profeta, ambas na Tupi, que abordavam temas não retratados anteriormente, como espiritualidade e paranormalidade. As pessoas nos abordavam para contar seus dramas particulares, como se fôssemos amigos íntimos.
Notícias do passado
Desde a estréia em Paixão de Outono, em 1965, na Globo, onde fez uma pequena participação, Irene Ravache já contabiliza diversos tipos ao longo de 41 anos de carreira, 20 novelas e uma minissérie. Mas o que pouca gente sabe é que a atriz, paralelamente ao trabalho em teledramaturgia, também atuou como apresentadora de telejornais. A estréia aconteceu na extinta TV Rio, em 1966, onde comandou o Atualidades Alemãs, programa que abordava os mais variados aspectos da cultura e da sociedade germânica. "Dava traço no Ibope, mas me preparou para outros 'vôos'", recorda, entre risos.
O primeiro desses "vôos", por sinal, foi a apresentação do programa Pergunte ao João, também da TV Rio, onde Irene Ravache lia as perguntas enviadas pelos telespectadores. Em seguida, ela passou a apresentar as matérias ligadas à cultura no telejornal noturno da mesma emissora. "Só tinha fera. João Saldanha, no esporte, Ibrahin Sued, na coluna social, e Nelson Rodrigues, com as crônicas cariocas", cita.
Ao final de 1966, Irene teve de se desligar da emissora, já que estava grávida de seu primeiro filho. O retorno aconteceu no ano seguinte, mas na Globo. A atriz foi novamente parar no telejornalismo, onde passou a dar expediente no jornalístico Ultranotícias, que antecedeu o Jornal Nacional.
Ao lado Hilton Gomes, Irene era responsável por apresentar as reportagens sobre cultura. "Cheguei até fazer reportagens de rua. Mas não fiquei por muito tempo, já que me separei do meu primeiro marido e me mudei para São Paulo", lembra.
Carreira em construção Aos 61 anos de idade, Irene Ravache confessa que ainda pretende trabalhar, e muito, na tevê.
Embora colecione personagens marcantes, a atriz garante que está faltando entrar em contato com o "universo" de alguns autores. Não por acaso, pela primeira vez ela assinou contrato de três anos com a Globo. "Gostaria muito de fazer uma novela do Gilberto Braga ou do Walcyr Carrasco. Estou aguardando", avisa.
Trajetória televisiva
# Paixão de Outono (Globo, 1965) - participação especial # Eu Compro Essa Mulher (Globo, 1966) - participação especial
# Sublime Amor (Excelsior, 1967) - Gina # O Grande Segredo (Excelsior, 1967) - Zuleica
# Beto Rockfeller (Tupi, 1968) - Neide # Super Plá (Tupi, 1969) - Majô Prado
# Simplesmente Maria (Tupi, 1970) - Inês # Na Idade do Lobo (Tupi, 1972) - Cláudia
# O Machão (Tupi, 1974) - Dinorá # A Viagem (Tupi, 1975) - Estela
# O Profeta- Tupi, 1977) - Teresa # Sol de Verão (Globo, 1982) - Raquel
# Champagne (Globo, 1983) - Antônia # Sassaricando (Globo, 1987) - Leonora Lammar
# Éramos Seis (SBT, 1994) - Dona Lola # Sangue do Meu Sangue (SBT, 1995) - Princesa Isabel
# Razão de Viver (SBT, 1996) - Luzia # Suave Veneno (Globo, 1999) - Eleonor
# Marcas da Paixão (Record, 2000) - Dete # A Casa das Sete Mulheres (Globo, 2003) - Madalena Aguilar
# Belíssima (Globo, 2005) - Katina Güney
Com 41 anos de carreira na tevê - estreou com uma participação na novela Paixões de Outono, na Globo, em 1965 -, Irene comemora a oportunidade de fazer sua terceira novela escrita pelo autor Silvio de Abreu. "Ele é um garoto na hora de escrever. Além do humor, 'imprime' uma visão pouco maniqueísta nos seus personagens", derrete-se.
A atriz confessa que se diverte um bocado com as engraçadas histórias da família meio turca, meio grega, onde divide boa parte das cenas com o também experientíssimo Lima Duarte, que vive o Murat, marido de Katina. Para Irene, a personagem parece ter realmente caído nas graças do público.
"Sinto isso nas ruas. As crianças e os adolescentes, principalmente, me abordam e sempre repetem o 'pá, pá, pá' da personagem, por exemplo. Acho que é uma prova de que estou fazendo um bom trabalho", pondera, com um indisfarçável brilho de orgulho no olhar. Leia a seguir a entrevista com a atriz:
P - Como aconteceu com a Dona Lola em Éramos Seis e a Eleonor em Suave Veneno, mais uma vez você interpreta uma matriarca de personalidade forte. O que mais lhe agrada em personagens com esse perfil?
R - Assim como a Dona Lola e a Eleonor, a Katina é uma mãe muito acolhedora. São verdadeiras "galinhonas", que estão sempre querendo colocar os "pintinhos" debaixo de suas asas. São mulheres agregadoras, que sabem ouvir. A Katina, por exemplo, convive com facilidade com todos da casa, com os filhos, netos e os ex-maridos da filha. Ela tem essa capacidade de se dar bem com todo mundo, tem jogo de cintura. A Katina, aliás, tem gerado a mesma repercussão da Dona Lola, uma personagem que marcou muito. Até hoje as pessoas ainda se lembram dela, uma "mãezona", o que é ótimo. O mesmo, contudo, não aconteceu com a Eleonor, que, apesar da personalidade forte, não despertou a simpatia do público. Mas as três têm características que as deixam muito parecidas: são mulheres fortes.
P - Quais foram os cuidados para não fazer da Katina uma grega caricata? R - Observei e convivi um pouco com senhoras gregas que já moram há muitos anos no Brasil. Tentei fazer a Katina através dessa observação. Em princípio, a Denise Saraceni não queria sotaque carregado. Fui, então, buscar o que essas gregas não perderam ao longo do tempo. Percebi que, assim como acontece também com qualquer estrangeiro, elas têm dificuldade de pronunciar palavras com til. Além disso, não têm o nosso gê, que vira zê. O xis tem o som de dois ésses. São detalhes que não perderam. Também pronunciam algumas palavras misturando português com o idioma de origem, criando diminutivos que não existem no grego. Esses foram os principais cuidados que tive. Mas também percebi que são muito emotivos e as famílias são muito dramáticas.
P - Você considera a família Güney uma espécie de "versão grega" da família Silva, do seriado A Grande Família?
R - As famílias latinas e mediterrâneas, em geral, têm características muito peculiares e bem parecidas. São emotivos demais da conta, como eu disse, e fazem drama por qualquer coisa. Todos se envolvem intensamente, mesmo que seja uma questão muito pequena. Fazem aquela algazarra por motivos simples, pequenos. Não sei se isso acontece com a família sueca, a japonesa. Mas a família Güney tem muito, sim, da família Silva. São muito próximas. É uma pena que esteja chegando ao final da novela, pois é uma família muito divertida.
P - Na reta final, qual balanço faz da novela? R - Gosto de fazer as novelas do Silvio de Abreu. Além disso, estou tendo a oportunidade de ser dirigida pela primeira vez pela Denise Saraceni. Queria trabalhar com ela há muito tempo. Tentamos anteriormente, mas não foi possível. Às vezes fico quatro anos em cartaz com uma peça e não faço tevê. Finalmente consegui. Quando o Silvio me disse, em agosto de 2004, que estava escrevendo a novela e que teria a direção dela, praticamente topei na hora. Me programei para deixar os palcos e me dedicar à novela. Não sabia nada da minha personagem, mas já achava que estava de bom tamanho, pois tinha a garantia de uma direção caprichada, bonita. Depois fiquei surpresa com o elenco que iria participar. Foi muito bem escalado. Quando ele foi me falando quem iria trabalhar, achei que ele tinha exagerado na dose, tamanha a quantidade de gente muito boa. Estou tendo a sorte de fazer a novela e de participar de um núcleo tão bom.
P - A Katina, por sinal, marca sua terceira novela com o Silvio de Abreu. O que você mais aprecia no texto dele?
R - O Silvio é um garoto na hora de escrever novela. É divertido, tem um humor muito bom. Além do humor, ele tem uma visão pouco maniqueísta e moralista dos personagens que cria. Fiz Sassaricando, na Globo, com a engraçada personagem Leonora Lammar. Depois estive no "remake" de Éramos Seis, no SBT, que era uma adaptação dele e do Rubens Ewald Filho e na qual eu interpretava a Dona Lola. Éramos Seis foi, por sinal, uma ótimo período do SBT. Foi a época em que o Nilton Travesso teve carta branca para fazer um bom trabalho na emissora. Infelizmente, as eminências pardas tomaram conta do núcleo de teledramaturgia do SBT e só fizeram bobagens. Atrapalharam o desenvolvimento do núcleo.
P - As "bobagens" a que você se refere são os teleteatros? R - Sem dúvida. Foi uma coisa desastrosa, horrorosa. Era muito ruim. Acho que não deveria ter sido feito por ninguém. Mas, como estávamos obrigados por contrato, tivemos de fazer. Foi um verdadeiro desperdício com todos os atores talentosos do elenco. Poderiam ter feito coisas boas com aquele elenco, mas resolveram fazer aquilo. Tivemos bons teleteatros na década de 60 e 70, que poderiam ter sido realizados no SBT. Mas a emissora resolveu colocar, na verdade, uma radionovela, que não deu nada certo. Foi uma pena.
P - Ao sair do SBT, após uma rápida passagem pela Globo, onde fez Suave Veneno, você se mudou para a Record. Como foi a experiência de trabalhar em Marcas da Paixão, em 2000?
R - Fui chamada para inaugurar o núcleo de teledramaturgia da Record. Aliás, já fui chamada para inaugurar muitas coisas. Inaugurei dois teatros e dois núcleos de emissoras, com o SBT e a Record. Foi um bom trabalho na Record, mas que não vingou, infelizmente.
P - Dentre tantos trabalhos na tevê, é possível eleger o que mais gostou? R - É difícil eleger um personagem na vida. Posso apontar momentos muito bons na minha carreira. O primeiro deles foi ter feito Beto Rockfeller, da extinta Tupi, que mudou a história da teledramaturgia. Era a irmã do personagem do Luiz Gustavo. Era uma época difícil, pois tínhamos a censura e minha personagem era apaixonada por um homem casado, que era interpretado por Walter Forster. Ela não podia nem receber um beijo no rosto por causa da censura. O mais interessante na novela é que ela mudava o conceito do herói que a tevê estava acostumada a ver. O Beto Rockfeller era o verdadeiro anti-herói, que queria levar vantagem em tudo. Outros bons momentos foram quando fiz A Viagem e O Profeta, ambas na Tupi, que abordavam temas não retratados anteriormente, como espiritualidade e paranormalidade. As pessoas nos abordavam para contar seus dramas particulares, como se fôssemos amigos íntimos.
Notícias do passado
Desde a estréia em Paixão de Outono, em 1965, na Globo, onde fez uma pequena participação, Irene Ravache já contabiliza diversos tipos ao longo de 41 anos de carreira, 20 novelas e uma minissérie. Mas o que pouca gente sabe é que a atriz, paralelamente ao trabalho em teledramaturgia, também atuou como apresentadora de telejornais. A estréia aconteceu na extinta TV Rio, em 1966, onde comandou o Atualidades Alemãs, programa que abordava os mais variados aspectos da cultura e da sociedade germânica. "Dava traço no Ibope, mas me preparou para outros 'vôos'", recorda, entre risos.
O primeiro desses "vôos", por sinal, foi a apresentação do programa Pergunte ao João, também da TV Rio, onde Irene Ravache lia as perguntas enviadas pelos telespectadores. Em seguida, ela passou a apresentar as matérias ligadas à cultura no telejornal noturno da mesma emissora. "Só tinha fera. João Saldanha, no esporte, Ibrahin Sued, na coluna social, e Nelson Rodrigues, com as crônicas cariocas", cita.
Ao final de 1966, Irene teve de se desligar da emissora, já que estava grávida de seu primeiro filho. O retorno aconteceu no ano seguinte, mas na Globo. A atriz foi novamente parar no telejornalismo, onde passou a dar expediente no jornalístico Ultranotícias, que antecedeu o Jornal Nacional.
Ao lado Hilton Gomes, Irene era responsável por apresentar as reportagens sobre cultura. "Cheguei até fazer reportagens de rua. Mas não fiquei por muito tempo, já que me separei do meu primeiro marido e me mudei para São Paulo", lembra.
Carreira em construção Aos 61 anos de idade, Irene Ravache confessa que ainda pretende trabalhar, e muito, na tevê.
Embora colecione personagens marcantes, a atriz garante que está faltando entrar em contato com o "universo" de alguns autores. Não por acaso, pela primeira vez ela assinou contrato de três anos com a Globo. "Gostaria muito de fazer uma novela do Gilberto Braga ou do Walcyr Carrasco. Estou aguardando", avisa.
Trajetória televisiva
# Paixão de Outono (Globo, 1965) - participação especial # Eu Compro Essa Mulher (Globo, 1966) - participação especial
# Sublime Amor (Excelsior, 1967) - Gina # O Grande Segredo (Excelsior, 1967) - Zuleica
# Beto Rockfeller (Tupi, 1968) - Neide # Super Plá (Tupi, 1969) - Majô Prado
# Simplesmente Maria (Tupi, 1970) - Inês # Na Idade do Lobo (Tupi, 1972) - Cláudia
# O Machão (Tupi, 1974) - Dinorá # A Viagem (Tupi, 1975) - Estela
# O Profeta- Tupi, 1977) - Teresa # Sol de Verão (Globo, 1982) - Raquel
# Champagne (Globo, 1983) - Antônia # Sassaricando (Globo, 1987) - Leonora Lammar
# Éramos Seis (SBT, 1994) - Dona Lola # Sangue do Meu Sangue (SBT, 1995) - Princesa Isabel
# Razão de Viver (SBT, 1996) - Luzia # Suave Veneno (Globo, 1999) - Eleonor
# Marcas da Paixão (Record, 2000) - Dete # A Casa das Sete Mulheres (Globo, 2003) - Madalena Aguilar
# Belíssima (Globo, 2005) - Katina Güney
Fonte:
Terra
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