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Economia
Sexta - 26 de Maio de 2006 às 15:30

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O professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas e da Unic, Vivaldo Lopes, deu uma aula em Rondonópolis sobre os ciclos econômicos da História de Mato Grosso e quais são os cenários para a economia local. Vivaldo Lopes participa do workshop "Comércio Exterior e Políticas de Desenvolvimento Econômico, promovido pelo Governo do Estado e parceiros.

Em sua história, Mato Grosso passou primeiramente pelo ciclo econômico do extrativismo mineral - caracterizado pela exploração do ouro e do diamante; depois pelo ciclo do extrativismo vegetal - com a retirada de madeira-nobre, extração da borracha e cultivo da erva-mate; e posteriormente pelo ciclo da industrialização de alimentos - caracterizado pela manufaturação de produtos como carne, cana-de-açúcar e erva-mate.

Em todos esses ciclos, os produtos mato-grossenses eram voltados para o mercado externo e saiam do Estado pela via fluvial. Vivaldo Lopes afirma que apenas em 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a Presidência do Brasil, foi construída uma rodovia que ligava Cuiabá ao centro-sul do país.

Hoje, Mato Grosso vive o ciclo do agronegócio, caracterizado pela produção agrícola e pecuária em larga escala e pelo investimento em pesquisa e novas tecnologias. No caso desse ciclo, a maior parte da produção tem como destino os grandes mercados consumidores dentro do próprio Brasil.

Segundo Vivaldo Lopes, foi a partir do ciclo do agronegócio - iniciado por volta de 1975 - que o Estado deu um grande salto de desenvolvimento econômico e social: o PIB de Mato Grosso, nos últimos dez anos, cresce quase três vezes mais do que o do país (em média 6,7% ao ano, contra 2,3% do Brasil). Do mesmo modo, os municípios dedicados ao agronegócio são aqueles com melhores índices de desenvolvimento humano (IDH), que marcam a evolução nos setores de Saúde, Educação e na renda.

As tendências, diz Vivaldo, levam a crer que o Estado continuará a produzir novos recordes de exportação, atrairá novas plantas industriais e também aumentará o seu mercado interno. "Há riscos nessa tragetória, ligados à crise de liquidez no agronegócio, na redução da produção e na sobrevalorização do real", diz ele. "Mas são todos problemas superáveis".

Fronteira tecnológica

De acordo com o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Antonio Pagot, a tendência é que Mato Grosso passe, em breve período, de "fronteira agrícola" para "fronteira tecnológica". "Hoje em dia, até na mineração se usa tecnologia de ponta para extração de ouro e diamante. Do mesmo modo, temos que utilizar as mais modernas tecnologias de manejo florestal, pois não é mais aceitável se explorar nossas florestas sem qualquer critério", afirmou ele.

"É a tecnologia que nos vai levar aconseguir um desenvolvimento sustentável, pois não faz sentido o progresso sem respeito ambiental. Para isso, precisamos transformar informação em conhecimento, e esse conhecimento em ações práticas".





Fonte: Olhar Direto

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